"> Selma Arruda filia-se ao PSL e defende liberação de armas – CanalMT
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Selma Arruda filia-se ao PSL e defende liberação de armas

FolhaMax

A juíza aposentada Selma Rosane Santos Arruda assinou na tarde desta quinta-feira sua filiação ao Partido Social Liberal (PSL), que deverá lançar a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) a presidência da República nas eleições de 2018. Selma, por sua vez, deve concorrer a um cargo no Congresso – possivelmente no Senado -, e revelou que recebeu convites do secretário de Estado de Educação (Seduc-MT), Marco Marrafon, e do deputado estadual Max Russi (PSB), para fazer parte do grupo que irá apoiar a candidatura a reeleição do governador Pedro Taques (PSDB).

Selma Arruda, explicou, no entanto, que o grupo político do governador tucano não possui a mesma ideologia do PSL, que defende o “liberalismo econômico” – menor papel do Estado nas relações econômicas da sociedade. “Recebi alguns convite do doutor Marrafon e do deputado Max Russi, mas não aceitei porque as ideologias daqueles partidos não combinavam. Eu recebi muitos convites. Fiquei muito honrada com eles. Nesta última semana minha casa foi um entra e sai de pessoas. Resolvi optar pelo PSL, com todo respeito aos outros partidos, que inclusive espero caminhar junto, não apenas pelos idéias do partido, mas pelas pessoas que o compõe. É um partido que prega o liberalismo econômico. Quando você pensa em liberalismo econômico, você pensa num Estado enxuto. Quanto mais Estado, mais bagunçado. Mais corrupto”, disse em entrevista no slão de festas do prédio em que reside no bairro Quilombo em Cuiabá.

Questionada sobre as ideias de figuras do partido ligadas a valores tradicionais, como o próprio Jair Bolsonaro, além do também deputado federal Victorio Galli, que estava ao lado da juíza aposentada no evento de filiação desta quinta-feira, Selma Arruda afirmou que discorda de alguns posicionamentos deles, porém, defendeu uma das principais bandeiras do partido: a liberação do porte de armas. “Você deve autorizar o armamento. Eu sou uma pessoa de bem e não posso ter arma. Mas o cara que te assalta na esquina pode. A lei é muito bonita no papel. Mas elas não podem ser aplicadas. O que eu imagino é dar as pessoas que não tem antecedentes criminais, problemas psiquiátricos, o direito de se armarem para sua própria defesa”, explicou.

A juíza aposentada, que durante 22 anos atuou no Poder Judiciário Estadual de Mato Grosso, atacou a Constituição. Segundo ela, é preciso ter “coragem” para revisar a Carta Magna, classificando-a como um dos principais motivos para o Brasil se encontrar nesta situação. “O que posso fazer são mudanças constitucionais. É uma Constituição que funciona na Noruega. É uma Constituição que precisa ser revista. É preciso ter coragem para alterar a Constituição”, comparou.

PRISÕES

Selma Arruda, enquanto magistrada, foi responsável pela prisão de algumas das figuras políticas mais poderosas do Estado, como o ex-governador Silval Barbosa, na operação “Sodoma”, e o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), José Riva, na operação “Imperador”. A operação “Sodoma”, inclusive, foi um dos fatos que levaram Selma Arruda a ingressar na política.

A juíza aposentada narra que percebeu que, após proferir uma decisão de mais de 470 páginas – “um livro”, como ela mesma define -, o efeito prático foi praticamente nulo, pois nenhum dos condenados encontra-se mais preso. “Não tinha essa coisa dentro de mim. E eu só tive a certeza que eu deveria e poderia dizer alguma coisa quando eu proferi uma sentença da Sodoma 1 e a sentença teve 470 e poucas laudas. Era um livro. E nessa sentença eu percebi que por mais que eu tenha escrito aquele livro, ela não trouxe resultado prático nenhum. Eu não consegui, agindo da forma como a lei e o sistema penal determina. Eu não consegui aplicar a justiça. As limitações da lei me amarravam a aquilo ali. Foi esse motivo que me levou a pensar: chega de ficar sentada reclamando. Chega de achar que as coisas são assim mesmo”, assinalou no processo em que condenou, além de Silval, os ex-secretário Marcel Cursi (Fazenda), Pedro Nadaf (Casa Civil), Sílvio Correa (Gabinete), procurador Chico Lima e a secretária Karla Cecília.


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