O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) negou que trabalhadores da saúde municipal estejam com salários atrasados em qualquer das unidades sob controle da Prefeitura de Cuiabá porque nenhum deles recebeu notificação e a denúncia sobre 90 dias de atraso teria vindo somente de um escrito apócrifo. E uma vez mais retrucou as críticas do governador Mauro Mendes (DEM) sobre medidas antiCovid-19, chamando-o de professor de Deus. “Eu queria saber também de onde saiu essa história, não recebemos nenhuma notificação, como determina a lei, e o salário da Prefeitura Municipal é sagrado, sai todo último dia útil do mês”, disse.
Porém nada disso chegou até os responsáveis por resolver o virtual atraso. “É uma situação patrão/funcionário que precisa ser detectada, porque tudo isso saiu de um documento apócrifo, mas ninguém se manifestou, ninguém procurou a ECS. O HMC, graças a Deus, continua funcionando normalmente, os pagamentos são feitos como são feitos de praxe, vejo como mais uma maldade, um jogo pra tentar desgastar a gestão”, disse.
Perguntado quanto à flexibilização das regras duramente criticadas pelo governador, Emanuel foi irônico, classificando Mauro Mendes como titubeante e perdido no início. “Se eu fosse seguir a postura do governador, tinha perdido o controle naquele momento. Temos que nos pautar por especialistas. Eu me respaldei, e enfrentamos hoje a situação com controle porque assumimos as rédeas”, disse.
E depois afirmou que Cuiabá carrega a saúde do Estado nas costas, pois a população não procura hospital estadual, “até porque não existe hospital estadual”. No entendimento de Emanuel, o governador foi motivado por ciúme ao dizer que houve um documento dizendo que seriam 145 UTIs e que depois a prefeitura mudou para 105, mesmo a prefeitura recebendo dinheiro do governo federal para 145.
“Leitos para a UTI é prioridade e para as demais doenças também são prioridades, tenho toda uma rede de saúde para atender a população. É o estado quem não atende e nem faz nada e ainda quer atrapalhar. Se você sai para uma unidade básica de saúde é prefeitura, centro de saúde, posto, policlínica, UPA, Hospital São Benedito, HMC, o maior hospital do estado, e ainda fiz o Hospital Referência, no antigo pronto-socorro. Cuiabá carrega a saúde do estado literalmente nas costas”, continuou.
Tudo isso enquanto o Estado fica com “essas mentiras, joguinho de palavras, tentando agredir, levar pânico à população”. Emanuel também disse que é tudo muito lamentável, porque ele pretendia queria estar ao lado do governador discutindo prioridades, ajuda mútua pra atender a população durante a pandemia.
“Lamentável chegar no auge do maior problema de saúde do século e ter que responder a tamanha leviandade, irresponsabilidade de quem deveria ser o centro de equilíbrio deste processo. São outras doenças que não posso deixar de atender. Pra você ver a que ponto chega o governador do Estado. Eu queria entender essa situação. Ao invés de sentar pra conversar, precisamos tanto da ajuda dele pra melhorar a gestão do atendimento à população cuiabana e ele só quer atacar, descendo do seu nível de maior autoridade política do estado partindo pro bate-boca, pras acusações mentirosas, levianas, irresponsável, torcendo pra tudo dar errado, mas é aquilo que eu tenho dito: já que não quer ajudar, governador, não atrapalha”, disparou na rádio Mega FM.(FolhaMax)