Com a chegada da nova legislatura, que toma posse na próxima sexta-feira (1º), os deputados estaduais derrotados nas urnas e por suas coligações fizeram críticas no último discurso na Assembleia Legislativa. O presidente da Casa de Leis, Eduardo Botelho (DEM), deixou a tribuna livre para os agradecimentos dos deputados na noite de terça-feira (29).
Apesar do início de discurso com agradecimentos e lembranças dos 4 mandatos como deputado estadual, Wagner Ramos (PSD) criticou a falta de apoio e de reconhecimento pelo trabalho realizado.
“O povo quer o novo, os velhos não servem mais. Mas como eu iria ganhar a eleição se tive pessoas que ficaram 15, 20 dias no meu apartamento com a gente ajudando e depois apareceram com fotos de outros candidatos?”, afirmou Ramos.
Ele também não poupou comentários negativos para o atual prefeito de Tangará da Serra (239 km a Médio-Norte de Cuiabá), Fábio Martins Junqueira (MDB). “Infelizmente tivemos um prefeito que não gosta de emendas parlamentares e dos deputados. E enquanto ele não aceitava as emendas, a população sofria. Nós trabalhamos de todas as formas para unir o trabalho com a Prefeitura, mas não recebemos o devido reconhecimento”.
Outro que também utilizou a tribuna para tecer críticas foi o deputado estadual Saturnino Masson (PSDB), que teve 14 mil votos na última eleição, mas, por causa da coligação, não foi eleito. “Cinco deputados vão assumir com menos votos que eu. Não tenho receio de afirmar que os meus votos ajudaram a eleger os 9 deputados da minha coligação”.
Masson também afirmou sair do seu mandato com a ficha limpa. “Ofereço até dinheiro se alguém trouxer algum processo que eu tenho. Não devo nada. Pelo povo eu tive votos para voltar”.
Saídas felizes
Mas nem só de críticas e saídas tristes foram feitos os discursos dos deputados estaduais que não estarão na próxima Legislatura. É o caso do Dr. Leonardo (SD), que foi eleito deputado federal com mais de 52 mil votos.
Em seu discurso, ele relembrou a infância, os ensinamentos da família e extrapolou os 15 minutos que foram concedidos por Eduardo Botelho. “Sigo grato por todas as pessoas que fazem parte dessa história. Meu mandato não começou há quatro anos, mas na minha infância, quando aprendi com o meu pai o principal mandamento: amar ao próximo. E é isso que tenho feito”.