O ex-governador Silval Barbosa, que cumpre prisão domiciliar desde junho do ano passado, após ter fechado acordo de delação premiada junto ao Ministério Público Federal (MPF), recomendou ao ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, seu irmão Pedro Zamar e ao deputado Mauro Savi (DEM), que façam delação premiada junto à justiça, referente ao esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT). O esquema foi desarticulado na Operação Bereré, deflagrada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
“Eu aconselho o Mauro Savi, o Paulo Taques, o outro irmão dele [Paulo Zamar], que também faça o mesmo, que contribuam com a justiça”, disse Silval ao Gazeta Digital nesta quarta-feira (16), após ter saír da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), onde prestou esclarecimentos em processos relacionados à esfera cível.
Silval acredita que uma possível delação dos primos do governador Pedro Taques (PSDB), seria a maneira de manter o discurso da atual gestão. “Se eles falam tanto em transparência e lisura, que ajudem a passar o Estado a limpo”.
Paulo Taques, Pedro Zamar e Mauro Savi estão presos desde o dia 9 de maio, durante a 2ª fase da Operação Bereré, denominada Bônus. Todos são acusados pelo Ministério Público de integrar uma organização criminosa que chegou a desviar mais R$ 30 milhões do Detran.
Paulo Taques é acusado de ter recebido R$ 2,4 milhões para garantir que o contrato da EIG Mercados Ltda continuasse durante a gestão Taques.
Segundo Silval, a delação “é uma forma da gente corrigir a história e tudo que foi errado”, disse.
Perguntado se soube durante o período de transição entre o seu governo e o governador Pedro Taques, em 2014, que o contrato com a EIG continuaria com o aval de Paulo Taques, Silval apenas sugeriu que todos os envolvidos contribuam.