"> Após deflagrada Operação Malebolge, Conselheiro volta atrás e não irá mais se aposentar do TCE – CanalMT
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Após deflagrada Operação Malebolge, Conselheiro volta atrás e não irá mais se aposentar do TCE

Da Redação

Alvo de uma decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determina seu afastamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), o conselheiro e presidente da Corte de Contas, Antonio Joaquim, recuou de sua aposentadoria que já havia sido anunciada oficialmente no dia 29 de agosto deste ano.

Ele pretendia voltar para a política partidária e disputar o governo do Estado em 2018. Porém, agora delatado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), sob acusação de ter exigido e recebido milhões em propina em troca de não atrapalhar o andamento das obras do MT Integrado, foi afastado do cargo de conselheiro e de presidente do TCE por ordem do Supremo.

Antonio Joaquim recorreu ao Facebook para anunciar que, por ora, vai adiar sua aposentadoria. “A decisão judicial me obriga a suspender tal medida, vez que terei que continuar no cargo (afastado do exercício da função) até que seja concluída a investigação”, justifica ele na postagem.

Também se defende das acusações e diz que ao longo de 36 anos de vida pública, sempre pautou sua conduta “pela honestidade, legalidade, legitimidade e transparência nos atos”. Alega que é conhecido “pela coerência, franqueza e coragem nos posicionamentos e julgamentos no TCE-MT”. Ele atua na Corte Estadual de Contas desde o ano 2000.

Em sua delação premiada firmada junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) homologada pelo ministro Luiz Fux, o ex-governador Silval revelou a existência de um esquema de pagamento de propina de R$ 53 milhões a 5 conselheiros do Tribunal de Contas do Estado durante a 2ª metade de sua gestão à frente do Estado.

Silval atestou o conselheiro José Carlos Novelli teria exigido que ele assinasse 36 notas promissórias para garantir as vantagens indevidas, que eram pagas através do contrato da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu, atual Sinfra) com a empresa Gendoc Sistemas e Empreendimentos Ltda. Dessa forma, teriam sido pagos entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões em propina para os conselheiros.

Antonio Joaquim é um dos 5 conselheiros delatados pelo ex-governador e agora será afastado do TCE por determinação do Supremo. Os demais conselheiros afastados por Fux são: Valter Albano, José Carlos Novelli, Waldir Teis e Sérgio Ricardo que já está afastado do cargo desde janeiro deste ano por decisão da Justiça de Mato Grosso.

Na seara política, o conselheiro Antonio Joaquim vinha sendo sondado por várias lideranças políticas, em especial do PMDB e do PTB. Agora, com os desdobramentos da delação de Silval Barbosa, a tendência é que Antonio Joaquim desista de vez de querer disputar o comando do Palácio Paiguás no pleito do próximo ano. Ele pretendia se filiar ao PTB entre outubro e novembro deste ano na expectativa de ser candidato a governador.

Antes de ser conselheiro do TCE, Antonio Joaquim foi deputado estadual por 2 mandatos e deputado federal. Também foi secretário de Educação e Cultura, durante o governo to tucano Dante de Oliveira (já falecido).

Confira a íntegra da postagem de Antonio Joaquim no Facebook

Ao longo de 36 anos de vida pública, sempre pautei a minha conduta pela honestidade, legalidade, legitimidade e transparência nos atos praticados.

Sou conhecido pela coerência, franqueza e coragem nos posicionamentos e julgamentos no TCE-MT – onde atuo desde o ano 2000.

Em muitos momentos da vida, fui até criticado pela dureza e sinceridade, pois nunca fui um homem dado a dissimulações.

Faço os enfrentamentos necessários sempre à luz solar e de cabeça erguida, na perspectiva de ser sempre justo e propositivo.

É com essa premissa que recebo a informação do meu afastamento do cargo de conselheiro do TCE-MT.
Tenho profundo respeito pelas instituições e espero que a investigação em curso seja rápida, para que eu possa resgatar a minha cidadania sequestrada por essa decisão.

Estou a disposição do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal para esclarecer quaisquer questionamentos.

Sobre as denúncias, reafirmo que nunca recebi nenhuma vantagem indevida para exercer o cargo que ocupo e nunca autorizei qualquer pessoa a falar em meu nome. Lembro que ao longo de toda a minha vida pública nunca fui alvo de qualquer denúncia de corrupção.

Como é de conhecimento público, tinha solicitado a minha aposentadoria do cargo (cujo processo encontra-se em trâmite) para retomar a minha vida político-partidária.

A decisão judicial me obriga a suspender tal medida, vez que terei que continuar no cargo (afastado do exercício da função) até que seja concluída a investigação.


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