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Roseli diz que propina da Setas promovia assistencialismo

Sávio Saviola

No acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria Geral da República (PGR) e já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a ex-primeira dama Roseli Barbosa, esposa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), afirma que herdou um esquema de propinas montado na Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (SETAS). Parte do dinheiro serviria de caráter assistencialista tinha das limitações orçamentárias.

Enquanto exerceu a função de Secretaria de Assistência Social de Mato Grosso, Roseli Barbosa foi acusada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de integrar um esquema de desvio de dinheiro de R$ 8 milhões por meio de fraude na contratação de empresas prestadoras de cursos de capacitação técnica.

O desdobramento das investigações da Operação Arqueiro culminou na prisão preventiva de Roseli Barbosa em agosto de 2015, revogada uma semana depois pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Roseli Barbosa declarou em seu depoimento que, embora estivesse oficialmente nomeada para exercer a função de Secretaria de Trabalho e Assistência Social, a pasta era praticamente chefiada pelo seu servidor comissionado Rodrigo Marchi, uma vez que, ainda tinha que desempenhar funções de primeira dama, o que lhe acumulava muito tempo.

Ainda foi dito que pelo grau de confiança Marchi assumia até o papel de ordenador de despesas e foi o responsável em alertá-la de que havia empresas que devolviam dinheiro público recebido em razão de contratos mantidos com a Secretaria de Trabalho e Assistência Social.

Roseli narrou que após assumir o comando da secretária tomou conhecimento de várias demandas, porém, muitas não tinham previsão orçamentária para pagamento e licitações como despesas com colunistas sociais, contribuição com festas culturais presentes para as crianças no natal, brindes de final de ano, apoio a várias instituições de caridade e casa de recuperação.

“Como não havia recursos para todas as demandas, Roseli Barbosa tomou conhecimento, por meio de Rodrigo de Marchi (assessor especial), que existia um repasse da empresa SELlGEL no valor de R$ 10.000,00 mensais desde a gestão passada para ajudar o gabinete da Secretaria nestas demandas. A partir daí, autorizou Rodrigo de Marchi a continuar a receber os valores mensais da referida empresa para pagamento dessas demandas citadas acima”, diz um trecho do documento.

A ex-secretária revelou que a empresa Néia Araujo também prestava serviços desde a gestão anterior, prestando vários serviços como casamento comunitário, mulheres empreendedoras e etc.

No entanto, Roseli Barbosa assegura que jamais houve diretamente qualquer tratativa de acordo e não havia qualquer cobrança de repasses, mas, a empresa sempre que solicitada pelo gabinete atendia as demandas extras e até mesmo despesas que não eram institucionais, como contribuição com aniversários dos servidores da secretaria, brindes de final de ano, bem como festa de final de ano dos servidores.

Com relação à contratação dos institutos IDH e Concluir, Roseli Barbosa afirma que aceitou receber de 4% a 5% do dinheiro repassado em contratos para atender a demanda extra do gabinete, cabendo ao servidor Rodrigo de Marchi a responsabilidade pelas tratativas de devolução do dinheiro pago às empresas.


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