Em mais uma manobra política, a Assembleia Legislativa adiou novamente a votação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a suspeita de irregularidades em obras da Copa do Mundo de 2014.
Em meio ao impasse para a votação, o deputado estadual Mauro Savi (PSB), apresentou uma emenda solicitando que o Consórcio responsável pelas obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) proceda com a devolução de de R$ 541 milhões aos cofres públicos pela abandono das obras há cerca de dois anos e meio.
O parlamentar ainda defendeu a proposta de que a CPI oriente o Estado a romper o contrato com as empreiteiras. A sugestão do parlamentar foi acompanhada pelos deputados Oscar Bezerra (PSB), presidente da CPI; e ainda os membros membros Silvano Amaral (PMDB), Wagner Ramos (PSD) e Dilmar Dal Bosco (DEM). Com a proposta feita pela CPI, o relatório final terá que passar novamente pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
De acordo com Savi, a emenda reforça determinados itens do relatório. “A emenda não altera o relatório, mas reforça alguns pontos que foram esquecidos no relatório final. Identificamos pontos de sub-relatorias que não foram bem lembradas, mas que achamos necessário reforçar”, destacou.
Já o deputado Oscar Bezerra, que presidiu as investigações, explicou que as emendas foram feitas para que os órgãos de controle atuem para cumprir a execução do contrato. Após a apresentação da emenda, a sessão ordinária ficou tensa.
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) lembrou que havia um pré-acordo para que o relatório fosse votado sem alterações. A CPI apontou que pessoas devem ser responsabilizadas.
O Estado fechou um acordo para que as obras sejam retomadas. Com a composição, o valor final do VLT deve superar R$ 2 bilhões.
O relatório final pede que seja determinada a imediata retomada das obras. O documento pede o indiciamento de 96 agentes públicos, dirigentes de 16 empresas, de sete consórcios. Entre os agentes públicos estão os ex-governador Silval Barbosa, do ex-presidente da AL, José Geraldo Riva, dos ex-secretários da Secopa, Eder Moraes e Mauríco Guimarães, e dos ex-diretores da Agecopa, Yênes Magalhães, Yuri Bastos e Carlos Brito de Lima e o Consórcio VLT, formados pelas empresas CR Almeida, Santa Bárbara, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda.