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O VLT e seus capítulos

Tem um ditado que diz assim: “Isso não vai para frente, porque tem “cabeça de burro enterrada”. E no caso do VLT de Cuiabá/Várzea Grande não tem prazo para finalizar a sua instalação, pois de capítulo em capítulo, mudam os atores e a implantação continua emperrada ou os entraves sobrepõem a vontade daqueles que estão no comando.

Antes tinha um secretário que pouco falava e foi substituído por um outro que é igual ao Grilo Falante.

O registro histórico confirma que no Planejamento da Administração Pública de Cuiabá, em 1871 começaram os infindáveis debates para viabilizar a Mobilidade Urbana de Cuiabá, com a instalação de um Sistema de Integração de Transporte interligando o centro de Cuiabá ao Porto.

Naquele tempo, mesmo sem o Computador, utilizaram um sistema muito usado hoje, o famoso “copiar – colar”, e o Projeto de Cuiabá foi copiado ao que era utilizado no Uruguai, que usava o motor a vapor para locomover os Bondes.

Mas o Projeto de Cuiabá teve a opção errada por instalar o famoso “Bondinho puxado a Burro”, e funcionou  entre os anos de 1891 a 1918, e o antigo VLT Cuiabano se locomovia puxado por tração animal ao longo de trilhos que se estendiam desde o Largo da Mandioca (Praça da Mandioca), passando por áreas centrais da cidade, e seguia pela Rua 13 de junho até estação do Porto.

Naquela época, os dirigentes e “os cabeças” pensantes de Cuiabá resolveram os entraves para viabilizar o projeto copiando ao que eram utilizado em Montevidéu, que começou em 1871 e só foi definido em 1.889, quando os portugueses e cuiabanos formaram a Companhia Progresso Cuyabano, Ferro, Carril e Matadouro para, finalmente, consolidar as linhas de “bonde puxado a burro” entre as duas principais partes da cidade num prazo de dois anos.

Veja que a história se repete, pois o Projeto do Bondinho de Cuiabá, ontem, e o VLT hoje, começaram errados por utilizar projeto inadequado. Naquela época começou com a cópia do Projeto dos Bondes usado em Montevidéu que era movido a vapor, e no Projeto de Cuiabá optaram por “Bonde puxado a Burros”.

Depois de instalados, funcionaram de 1.891 a 1918, e que depois foi constatado que o transporte era muito lento, e tentaram substituir a tração utilizada pelos burricos para a tração mecânica a vapor, mas depois descobriram que infelizmente deveria ser paralisada pois a “bitola estreita dos trilhos não permitia desenvolver a velocidade da máquina, que descarrilava.

Naquele tempo não havia CPI do VLT ou Relatório do TCE, ou MPE com investigações dos desvios de recursos públicos, ou Operação com Prisões Preventivas com interrogatórios infindáveis e Delações Premiadas, e por fim, os “Bondinhos puxados pelos pares de Burros” pararam para sempre, e desde 1918 até 2012 ficaram adormecidos e foram “acordados” com o barulho da Copa do Mundo.

E agora ficou constatado que o Projeto inicial de 01 Bilhão e 400 milhões não tinha projeto sobre a implantação física, apenas as rotas com dois eixos, CPA-Aeroporto e Coxipó – Centro, o modal seria implantado no canteiro central (com oito metros de largura) das avenidas João Ponce de Arruda e FEB, em Várzea Grande; XV de Novembro, Tenente-Coronel Duarte (Prainha), Historiador Rubens de Mendonça (CPA), Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa, que são apenas rotas sem projeto executivo.

Sem projeto, com inúmeras irregularidades, e que não adianta nem citar, mas o principal entrave era o valor consensual entre a empresa contratada e o governo do estado, que depois de um acordo passará pelo análise do TCE, e passará também por investigação e aprovação do MPE/MPF.

E, finalmente, o acordo deverá passar para Juiz Federal que pode homologar ou não o  Acordo CONSENSUALIZADO que foi assinado em dezembro de 2016, pelo SECID e Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande.  E isso vai longe ou vem de longe. Se não desenterrar as “Cabeças dos Burros” que puxaram os Bondinhos, não teremos VLT funcionando, e dizem que essas Cabeça estão enterradas na Praça da Mandioca, que era a Estação Final.

Wilson Carlos Fuáh é economista e especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.

Fale com o Autor: wilsonfua@gmail.com


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