"> Mulher comanda milícia em garimpo – CanalMT
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Mulher comanda milícia em garimpo

Da Redação

Uma mulher encapuzada e carregando uma metralhadora nas costas é quem comanda a “milícia” que ocupa o garimpo na Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda (a 483 km de Cuiabá). O grupo, que invadiu o local na madrugada do último dia 31, tem cobrado dos garimpeiros um percentual que varia de 30% a 50% sobre o ouro extraído da terra.

Essas e outras informações foram descobertas pelas investigações da Polícia Civil local, em parceira com outras forças da Segurança, e confirmadas ao   pelo delegado titular Gilson Silveira, em entrevista concedida na manhã desta sexta (6).

Na cidade, moradores comentam sobre uma mulher, de baixa estatura, cuja expressão facial já foi traduzida como “tomada pelo cão” à nossa equipe. Inclusive, teria sido ela a iniciar os disparos contra as equipes policiais que tentaram retomar a Serra. Segundo o delegado, que não pode revelar mais detalhes sobre essa mulher para não comprometer as investigações, já é de conhecimento da polícia que ela exerce voz de comando no garimpo.

“Antes de acontecer essa invasão a área estava sendo vigiada por uma segurança privada da mineradora responsável. Eles sofreram alguns atentados, armas de segurança lá foram roubadas, tudo mediante grave ameaça. E sempre chegaram lá encapuzados e tinha uma mulher que exercia certo comando. E essa mesma mulher que está lá (no garimpo) atuando como verdadeiro líder”, revela Silveira.

Neste sentido, o delegado diz que é cedo para apontar se essa mulher faz parte ou não do Novo Cangaço. “O que podemos dizer é que ela está aqui atuando como uma verdadeira miliciana, associada com criminosos. Isso dá para dizer com tranquilidade”, comenta.

Sobre os ataques aos seguranças, Gilson afirma que ocorrem três, entretanto, ninguém ficou ferido. Conforme o delegado, os seguranças vítimas relataram que o grupo era formado por cerca de 15 a 20 pessoas, sempre encapuzadas, que os obrigavam a deitar no chão de cabeça baixa.

Pelo testemunho, o delegado avalia a forma de agir dos bandidos como “truculenta”. “Até mesmo para manter o respeito, porque eles vão manter uma posição de exploração. Eles estão incentivando o pessoal a ir para lá e cobrando. Só que para isso precisam demonstrar poder, por isso, são truculentos, exibem armas para demonstrar poder”.

Nas outras duas invasões, os garimpeiros que iam até a serra não precisavam pagar nenhum percentual para cavar, apenas não podiam mexer nos buracos de outras pessoas. “Antes as pessoas exploravam por conta própria, agora eles se intitulam donos do local”.

Outra descoberta das investigações é que, possivelmente, sitiantes da região têm ajudado os garimpeiros com alimentação em troca de gramas de ouro.

Temor

Gilson Silveira avalia que “tudo é possível” de acontecer no atual cenário da cidade. Isso porque, ele entende se o grupo armado que ocupa o garimpo não se satisfizer com a quantidade de ouro encontrada, podem acabar vindo para a zona urbana do município. “Tudo nós temos que prever e tentar evitar que outros males aconteçam”, ressalta.


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