"> Burguesia – CanalMT

Burguesia

O comunismo está quase extinto.  Sobrevivem  dois ícones que representam esse pensamento político:  Fidel Castro em Cuba e Kim-Jogn-Um, atual representante da dinastia Kim, na Coreia do Norte.

Os países que lideram vivem na pobreza, embora eles desfrutem de grande opulência à custa da miséria do povo.

Esse sistema político não deu certo em nenhum país, embora tenha sido tentado em vários. Mesmo assim, às vezes, aparece um ou outro adepto que teima em sobrepô-loao capitalismo, sabidamente vitorioso em todo o mundo.

Agora mesmo, apareceu na mídia local um artigo, cujo mote é a censura a algumas fotos de mulheres nuas, mas que chama a atenção mais pela escolha dos argumentos que pela ideia central.

O texto traz uma estranha  apologia à cultura indígena, que seria mais interessante que a civilização.

Louva o hábito dos índios andarem nus, esquecendo que só andam assim porque não atingiram ainda o patamar civilizatório que lhes permita fazer roupas.

Quem anda pelado, se não for adepto do nudismo, é porque está em estágio atrasado do processo civilizador.

Outro fato interessante  foi a retomada do termo burguesia já quase esquecido do linguajar atual. No artigo está usado, no sentido pejorativo que lhe atribuiu o marxismo, embora seu significado original nada tenha de negativo.

Afinal,  foram os que contestaram o clero, a nobreza  e o feudalismo, preparando o terreno para a entrada do capitalismo, responsável  pela  prosperidade que experimentamos.

O marxismo despreza os que progridem individualmente, por isso deprecia o burguês,verdadeiro embrião do moderno empreendedor e criador das condições que levaram à revolução industrial.

Dessa semente surgiram o sistema bancário e a intrincada teia comercial que une o mundo.

Para depreciar esse indivíduo que saía do proletariado na busca de progresso, atribuíram-lhe  a pecha de ganancioso, mesquinho ou vulgar.

Escreve o professor no artigo citado “o fedor dessa classe social”  e o “cinismo burguês”,como se  desvirtudes  fossem  privilégio ou monopólio dos burgueses.

Parece esquecer que os defeitos ou vícios estão igualmente distribuídos entre todas os extratos  sociais.

Quem acha que a burguesia (empresários, banqueiros, profissionais liberais, gerentes etc.) fede não devia usar carro, transporte público,celular, avião etc.,  produzidos por empreendedores ousados do mundo capitalista que são os burgueses de hoje.

Convinha ainda evitar shoppings,  hotéis, restaurantes,  lojas comerciais, comprar ou  ligar a televisão, pois  tudo isso é oferecido pela ação dos  modernos “burgueses”,  que o professor desmerece e agride.

Sem eles (os burgueses), talvez ainda estivéssemos submetidos ao clero, aos nobres e aos senhores feudais. Ou, quem sabe, vivendo  em sociedades inspiradas nas comunidades indígenas.

A maior parte desses burgueses que o cronista acha fedidos saiu da classe trabalhadora. Simplesmente vislumbraram oportunidades, investiram no sonho, preparam-se, estudaram e correram riscos.

São os que não nasceram “nobres”, mas, pelo esforço próprio, deixaram o proletariado.

No sentido original e positivo da palavra, o professor articulista, destacando-se  do trabalhador comum pelo desenvolvimento intelectual, é um autêntico burguês.

E, com certeza, não fede.

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor em Cuiabá.

renato@hotelgranodara.com.br


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