"> Wellignton Fagundes pressionou Silval por R$ 1 milhão – CanalMT
Reprodução

Wellignton Fagundes pressionou Silval por R$ 1 milhão

Rafael Costa DC

Considerado uma das opções da oposição para concorrer ao governo do Estado nas eleições de 2018, o senador Wellington Fagundes (PR) aparece na colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) como um dos principais favorecidos de um esquema de corrupção de desvio de dinheiro público por meio de fraudes em obras de infraestrutura.

Todas as declarações do peemedebista prestadas a Procuradoria Geral da República (PGR) já foram homologadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, no dia 9 de agosto.

De acordo com o ex-governador, enquanto ainda exercia o mandato de deputado federal, o atual senador Wellington Fagundes pressionou pela liberação de R$ 1 milhão a empreiteira Trimec Construções para agilizar, em Brasília, a liberação de recursos federais para obras em duas rodovias de Mato Grosso.

O pedido de propina, conforme Silval, aconteceu em 2011. Na época, o deputado federal Wellington Fagundes disse que a propina seria destinada a funcionários públicos de alto escalão do Ministério do Turismo, que havia firmado convênio com o governo do Estado para financiar obras na MT 251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, e também da BR-364 no trecho de São Lourenço de Fátima até as proximidades do município de Rondonópolis.

“Wellington Fagundes procurou Wanderlei Facheti Torres, proprietário da [construtora] Trimec, e pediu em torno de 1 milhão de reais para Wanderlei, sendo que Wellington dizia que teria que pagar no Ministério do Turismo para a liberação dos recursos(…) Wellington pediu, ainda, para que Vanderlei procurasse o representante da empresa Cavalca, que realizava a obra na estrada de Chapada dentro do mesmo convênio para pagar tal propina a Wellington, tendo Vanderlei ficado responsável em receber a parte da propina da empresa Cavalca e passar para Wellington Fagundes”, diz um dos trechos do depoimento.

O ex-governador ainda assegura ter conhecimento de que Wellington Fagundes recebeu pagamentos feitos diretamente pelo empresário Wanderley Torres.

“Não sei se o valor foi pago na integralidade e também não sei se Wellington repassou ao Ministério do Turismo ou ficou para si”, completa.

O ex-governador ainda narra que Wellington Fagundes foi responsável em indicar o engenheiro Cinésio Alcântara para assumir a Secretaria de Transportes e Pavimentação Urbana (SETPU), responsável pelas obras de infraestrutura do governo de Mato Grosso. A pasta geria, por exemplo, o programa MT Integrado, que previa investimento de R$ 1,1 bilhão para interligar 44 municípios com pavimentação asfáltica.

Por conta do apoio do PR a sua campanha vitoriosa ao governo do Estado nas eleições de 2010, Wellington Fagundes passou a cobrar pela manutenção da sua influência na Secretaria de Transportes e Pavimentação Urbana.

Por conta disso, passou a exigir dinheiro desviado de obras públicas em razão de contratos que o Estado mantinha com diversas empreiteiras em obras de infraestrutura.

“Eu conversei com Wellington Fagundes e ficou acertado com ele que eu permitiria que o Cinésio repassasse para o Wellington Fagundes um percentual dos valores repassados pelo Estado para as seguintes construtoras, quais sejam: Construtora Sanches Tripoloni, Construtora Equipave, Construtora Tripoli, pertencente ao deputado estadual Nininho, e mais uma construtora que agora não me recordo”.

No depoimento, Silval disse que as construtoras citadas repassavam a propina destinadas a Fagundes, incluindo a empresa de propriedade do deputado Ondanir Bortolini, conhecido como “Nininho”.

“A pessoa responsável em acertar as propinas da Construtora Tripoli com Wellington era o deputado estadual Nininho, pois a construtora é de sua propriedade”.

Com relação às demais construtoras que executavam obras do MT Integrado, o ex-governador disse que as propinas eram entregues ao então secretário-adjunto da pasta, Valdísio Viriato.

“Valdisio recebia as propinas e as repassava para Silvio César Corrêa Araújo, meu ex-chefe de gabinete, e para mim. As propinas eram pagas no montante de 3% a 4% do valor recebido pelo Estado”.


O que achou desta matéria? Dê sua nota!:

0 votes, 0 avg. rating

Compartilhar:

Deixe uma resposta