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Pesquisas eleitorais

Como estamos a pouco mais de seis meses das eleições, é natural que comecem circular com mais intensidade as pesquisas de intenção de votos: em uma semana, cinco grandes institutos divulgaram suas sondagens.

Como sempre acontece nessas situações, a turma que aparece menos cotada pelos eleitores, repete a velha cantilena de que os pesquisadores são “comprados” para fornecer os resultados que interessam a esse ou a aquele grupo.

As empresas de sondagem de opinião usam métodos matemáticos consagrados e conseguem chegar a resultados próximos da realidade, ouvindo uma parte muito pequena da população. Por exemplo, as pesquisas de intenção de votos para presidente da república costumam ouvir entre mil e quatro mil pessoas no Brasil inteiro.

Este pequeno número de consultados estimula muitos eleitores a dizerem que pesquisas são forjadas, porque não conhecem ninguém que foi ouvido em nenhuma delas.

Embora usem fórmulas estatísticas reconhecidas, não há garantias de que as pesquisas sejam livres de erros ou de malandragens. Falhas são comuns, e sondagens falsas favorecendo eventuais interesses de contratantes também aparecem com alguma frequência.

Mas, podemos minorar os efeitos das vaciladas e das safadezas. A primeira medida é valorizar empresas reconhecidamente idôneas, que tenham serviços a mostrar e suficiente quilometragem percorrida.

Outro cuidado é duvidarmos daquelas que apresentem dados muito diferentes da média de suas concorrentes. Elas podem estar agindo com desonestas intenções ou incorrendo em erros por inexperiência.

O Brasil possui vários institutos de pesquisas, alguns muito conhecidos e que adquiriram com o tempo a confiança da população. Nesse caso a tradição no mercado é sua avalista, porque o que eles realmente vendem é a confiança nos dados obtidos, mostrada nos acertos em eventos anteriores.

Nas pesquisas eleitorais, os contratantes podem buscar duas coisas: os decentes querem descobrir qual a porcentagem dos eleitores preferem este ou aquele candidato; e os malandros, eventualmente tentam obter uma falsa avaliação para, com ela, influenciar os eleitores indecisos.

Entretanto, colocar no mesmo balaio todos as empresas que medem intenção de votos, certamente não é uma boa decisão. Alguém dizer que não crê em pesquisa eleitoral é equivalente a afirmar que não acredita em notícia de jornal. Não é porque existem empresas que vendem resultados fabricados e jornais que deturpam as notícias, que se deve desacreditar da imprensa profissional e dos institutos de pesquisas eleitorais sérios.

Recentes pesquisas: FSB/BTG, Poderdata, Ipesp/XP, Exame/Ideia dão o Lula como vencedor em 2022 (42% de média da preferência), Bolsonaro em segundo lugar (27% de média) Ciro e Moro (8%, um e outro). Dos demais pretendentes (Simone, Dória, André Janones e Eduardo Leite etc) o mais votado não passa de 3%. Para rematar, o tradicional DataFolha, na quinta-feira (24/03), aponta 43% para o Lula; 26% para o Bolsonaro; 8% tem o Moro; 6% o Ciro.

Se a eleição fosse hoje, a julgar pela semelhança e repetição dos resultados alcançados por todos os institutos, poderíamos dizer que a decantada terceira via foi pro beleléu.

A menos que um inesperado fato novo ou um milagre reverta esta tendência, os que torcem contra os dois líderes, terão que engolir mais uma vez a figura central do famoso PowerPoint ou o Mitológico antivax.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.


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