"> Advogado afirma que deputados dividiriam dinheiro de propina – CanalMT

Advogado afirma que deputados dividiriam dinheiro de propina

Na delação premiada firmada com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e homologada pelo Tribunal de Justiça por envolver autoridades com foro por prerrogativa de função, o advogado Júlio César Domingues Rodrigues afirmou que o ex-deputado estadual José Riva (sem partido) teria lhe dito que 45% dos R$ 9,5 milhões desviado dos cofres da Assembleia Legislativa que deveria ser destinado à quitação de uma dívida com o HSBC Seguros, seria dividido entre os 24 deputados estaduais.

O montante corresponderia a R$ 4,275 milhões. No entanto, não soube informar quais seriam os deputados estaduais beneficiados com o dinheiro oriundo do esquema de corrupção.

“Esclarece que o deputado Riva, quando acertou a devolução de 45% do valor, mencionou que esse dinheiro seria em parte repassado aos deputados, sem mencionar os nomes, e uma outra parte seria usada para pagar uma dívida com combustível”, diz um dos trechos do depoimento.

O advogado Julio Domingues também declarou não saber por qual motivo o advogado Joaquim Mielli, que firmou termo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPE) e homologada pela Justiça, tenha vindo a proteger o deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB) e o seu chefe de gabinete, Francisvaldo Pacheco, o Dico.

Essa delação premiada subsidiou a Operação Ventríloquo em julho de 2015 que culminou na prisão preventiva do ex-deputado estadual José Riva.

No entanto, o advogado Julio Domingues suspeita que preservar o parlamentar seria uma estratégia para viabilizar futuras fraudes de desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa.

“O declarante não sabe afirmar com certeza por qual razão o Mielli poupou o Romoaldo e o “Dico” na sua colaboração, mas acredita que foi para manter uma porta aberta na Assembleia considerando que Riva já estaria inelegível para novo mandato, tendo o mesmo afirmado em uma oportunidade que o Dico iria auxiliá-lo em uma outra situação”, disse.

As revelações do advogado Julio Domingues que entregou ainda vídeos que comprometem o também advogado e delator Julio Domingues Rodrigues bem como o deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB) subsidiaram a Operação “Filho de Gepeto”, que culminou na prisão do chefe de gabinete do parlamentar, Francisvaldo Pacheco, “o Dico”, na quarta-feira (5).

Como o parlamentar detém foro por prerrogativa de função na esfera criminal, só pode ser preso com autorização do Tribunal de Justiça e em situação de flagrante e crime inafiançável conforme determina a Constituição Federal.

No momento, o Tribunal de Justiça já autorizou investigação contra Romoaldo Junior e outros dois deputados estaduais suspeitos de recebimento de dinheiro por meio do esquema de fraude de R$ 9,5 milhões no Legislativo.

O advogado Julio Domingues é apontado pelas investigações como o mentor do esquema fraudulento.


O que achou desta matéria? Dê sua nota!:

0 votes, 0 avg. rating

Compartilhar:

Deixe uma resposta