Eder diz que decreto de calamidade financeira é ‘vergonhoso’

Sempre polêmico, o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Eder Moraes, classificou o decreto de estado de calamidade financeira do governador Mauro Mendes (DEM) como “vergonhoso” e ” extremamente precipitado”. Segundo o ex-Sefaz, a medida soa como uma forma de correr dos problemas que estão à frente da mesa. Moraes acredita que existem outras possibilidades para sair da crise.

“Em vez de Mato Grosso ir de pires na mão, pedir arrego, socorro, abaixar a cabeça e mostrar a bunda para o ministro Paulo Guedes, deveria ir com um pedido de financiamento. E isso não é endividar o Estado. Se você precisa investir e não tem capital, você busca o capital. O BNDES tem esses recursos, as instituições multilaterais da América do Sul e fora da América do Sul têm recursos para isso”, disse ao GD.

“Dizem que ficou uma cicatriz do VLT na cidade de Cuiabá. O Estado de calamidade financeira não é uma cicatriz, é um ferimento aberto ainda e que não vai cicatrizar na história de Mato Grosso. Eu não me recordo o Estado ter entrado nessa situação desde que eu nasci, em 1967”, completou.

Para ele, o Estado de calamidade demonstra que o governo Mendes não tem um plano de negócios. “Então na verdade você está ganhando um tempo para pensar o que vai fazer. Eu não condeno, mas é vergonhoso”.

Eder defende que o Estado solicite um financiamento de R$ 5 bilhões ao ministro da Economia, Paulo Guedes. E como forma de garantia para o pagamento, daria os recursos do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FX) dos próximos 5 anos (2018-2022) e parte dos recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab).

“Isso faria a economia girar, gerando emprego, renda e riquezas em Mato Grosso para sair da crise pela porta frente e não iniciarmos uma solução da crise pelas portas do fundo”, explica. Para ele a equipe econômica do governador Mauro Mendes é boa. Porém, falta experiência. “Não estou falando que é o Eder Moraes que poderia ajudar. Mas existem inúmeras pessoas que poderiam orientar nessas situações”, afirmou.

“Espero o governo corrija isso. E acho que o governo vai dar certo, está no caminho certo e ele tem um vice-governador que entende disso. Só precisa alinhar algumas questões. Essa é a minha opinião e não uma afronta”, concluiu.