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Grampolândia Pantaneira; teriam iniciado em 2012 pelas mãos de Paulo Taques

Pablo Rodrigo do GD

O escândalo conhecido como grampolândia pantaneira teria surgido bem antes do que se imagina em Mato Grosso. Enquanto as investigações sobre o esquema de interceptações telefônicas clandestinas focam a partir de 2014, quando os primos Pedro e Paulo Taques decidem montar o escritório clandestino contra seus adversários políticos, além das novas suspeitas de possíveis práticas de ‘barriga de aluguel’ dentro do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), dois fatos apontam que o esquema teria surgido dois anos antes de 2014, e se encerrado apenas em 2016, diferentemente do que os militares afirmaram (2015).

Os dois casos remetem às duas últimas eleições municipais de Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Mato Grosso), envolvendo o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques. Os inquéritos se encontram na 7ª Vara Criminal de Cuiabá e estão sendo investigados pelos delegados Rafael Mendes Scatolon, Luciana Batista Canaverde e Jannira Laranjeira Siqueira Campos.

Um dos casos tem por base o depoimento da publicitária Tatiane Sangalli em 2017, quando ela revelou que o escritório de advocacia de Paulo Taques gravou, por meio de arapongagem, uma conversa do juiz eleitoral André Gahyva com uma pessoa não identificada, que fazia parte da coligação do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, e atual vicegovernador do Estado, Otaviano Pivetta (PDT), durante as eleições de 2012.

De acordo com Sangalli, o grampo foi feito por uma ‘caneta espiã’. ‘Que a depoente presenciou levarem um áudio para o referido imóvel para melhorar a sua qualidade; Que, o referido áudio se tratava de uma conversa gravada entre o juiz André Gahyva e uma pessoa que a depoente não se recorda, porém era alguém ligado à coligação de Otaviano Pivetta; Que a depoente também se recorda que, para conseguirem esse áudio, ouviu dizer que usaram um funcionário de um lava-jato que teria lavado o carro do juiz e aproveitando assim para colocar uma caneta espiã; Que a depoente chegou a ouvir o áudio, quando estavam tentando melhorar a sua qualidade, e afirma que o áudio que foi publicado teve uma parte ‘cortada’, diz trecho do depoimento de 2017 à Policia Civil.

Tatiane também disse à época que, durante o pleito daquele ano, a equipe de Paulo Taques prestou serviços jurídicos para Pivetta e teria montado esse ‘escritório clandestino’ no município.

‘Que a depoente acompanhou Paulo Taques até a cidade de Lucas do Rio Verde, onde acompanharam praticamente toda a campanha eleitoral; que ficaram hospedados no Hotel Mandino, porém o escritório de Paulo Taques funcionou no Hotel Odara; que a depoente também se recorda que havia um outro imóvel, porém não se tratava de um hotel, e se recorda também que era um sobrado, onde a depoente viu vários computadores com fones de ouvido’, disse Tatiane Sangalli.

Na época (2012), o juiz eleitoral André Gahyva chegou a pedir seu afastamento do cargo por conta da divulgação de um áudio pela imprensa. No mesmo dia, o corregedor regional eleitoral de Mato Grosso, desembargador Gerson Ferreira Paes, determinou a abertura de uma apuração para investigar as denúncias envolvendo o juiz.

De acordo com a denúncia da época, a gravação seria entre Gahyva e o candidato a prefeito em Lucas do Rio Verde pelo PMDB, Rogério Ferrarin, para supostamente armar contra o postulante concorrente, o ex-prefeito Otaviano Pivetta (PDT), atual vicegovernador. E não entre o juiz e alguém da coligação de Pivetta, como Sangalli disse.

 


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