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Estado-maior pra Mauro Mendes

Os militares tem uma fórmula de gestão que requer um Estado-Maior em torno do comandante de qualquer unidade.  É um colegiado de oficiais maduros e experientes que assessoram o comandante e fazem dois tipos de ligação: com a tropa e dela com o chefe. Funciona muito bem o sistema de informações que chegam e que saem. Nesse ponto é onde se localizam as maiores confusões dentro de qualquer gestão. Os governos civis tem errado muito nessa área. Os governadores em geral são muito personalistas e querem resolver tudo sozinhos. Recebem a primeira informação bruta, sem qualquer análise, tomam decisão…e erram quase sempre. Pedro Taques exemplifica bem isso. Silval Barbosa também.

Mauro Mendes enfrenta um início de governo de confrontos necessários com várias frentes de luta. Mas é visível que não tem um Estado-Maior ao redor de si. Tem uns três ou quatro secretários ou assessores sobrecarregados e se cansando rapidamente com a jornada enlouquecedora.

Volto a um momento da História de Mato Grosso. Em 1995 Dante de Oliveira assumiu o governo. Completamente falido e desarticulado política e financeiramente. Para cada real arrecadado nos cofres estaduais se devia 3. Sem contar pesadas dívidas com a União. Mas ele trazia da prefeitura de Cuiabá, onde foi prefeito em segundo mandato pra governar o Estado, uma equipe muito consistente e afinada.

Tomo a liberdade de citar alguns daqueles nomes, pedindo desculpas por esquecimento de alguns. Valter Albano, Guilherme e Frederico Muller, Júlio Muller, Antero Paes de Barros, Carlos Novelli, Alfredo Menezes, Maurício Magalhães, Vivaldo Lopes, Carlos Avalone, Thelma de Oliveira. Em alguns momentos fiz parte das mesas de discussões. Dante ouvia muito. Jogava na mesa as discussões e provocava os participantes. Às vezes esquentava a discussão polarizando uns contra os outros e apenas ouvia. Ao final apaziguava os ânimos. Afinal a equipe era jovem e se destemperava.

O interessante era a sua decisão posterior. Era uma síntese de tudo discutido mas filtrada sob a sua inspiração política. Errava pouco nos grandes temas.

Voltamos a Mauro Mendes. Com uma frente de problemas muito parecida coma  de Dante precisa apoiar-se num Estado-Maior capaz de assessorá-lo e de se comunicar com a estrutura do Estado. Capta as informações, filtra, analisa, leva ao governador pra decisão final em cima de alternativas. Governador é magistrado: opina na sentença. Não no corpo do processo.

Uma dura constatação. Se o governador Mauro Mendes se deixar levar pela rotina palaciana e não descentralizar o máximo pro seu Estado-Maior nunca sairá da mediocridade da rotina do governo. Cá fora uma sociedade muito mais forte e produtiva espera respostas do líder aos grandes problemas coletivos. A máquina pública é burra. Escraviza e desgasta qualquer um!

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.


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