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Os ciclos de MT

Moro em Mato Grosso desde agosto de 1976. Exatos 43 anos. Assisti muitas crises. Vou citá-las pra contextualizar e vermos que a crise atual é apenas mais uma na longa história do Estado.

Em 1977 o governo federal dividiu Mato Grosso e gerou uma enorme crise financeira. Dividiu e deixou dois estados pobres. Tinha lei de ajuda financeira aos dois, mas não funcionou. O governador Garcia Neto (1975-1978) governou entre a crise da divisão e as necessidades de dirigir as regiões norte e sul. Superou mas se desgastou muito por isso e prejudicou a sua carreira política. Sucedido por Frederico Campos (1979-1983), lutou contra a pobreza da economia, da gestão e da necessidade de traçar planos estratégicos. Cumpriu muito bem a tarefa. Sucedido por Júlio Campos (1983-1986), muito ousado, enfrentou crises financeiras mas obteve financiamentos externos e trouxe grande progresso ao Estado.

Em 1995 assumiu Dante de Oliveira e herdou toda a crise acumulada desde a divisão  do Estado de 1979. A lei que dividiu previu verbas mas não repassou e o Estado se endividou interna e externamente. Pra não paralisar tudo, Dante fez a chamada reforma fiscal de muita profundidade. Chegou adoecer com a pressão que sofreu. Mas deu ao Estado uma nova cara e à gestão uma nova forma sustentável e equilibrada de administrar.

Porém, cada um desses citados, no seu momento enfrentou crises profundas e incertezas terríveis. Neste momento o ciclo caiu no colo da gestão Mauro Mendes. Lá atrás, Garcia Neto, Frederico Campos, Júlio Campos e Dante de Oliveira, que herdaram grandes crises, não tinham cartilha indicando-lhes o caminho. Enfrentaram e foram em frente do modo que foi preciso.

O ciclo de Mauro Mendes vem noutra época, mas a cara da crise é sempre a cara da crise. Cartilha se inventa a cada tempo. Ou, sem ela, se deixar morrer por falta de atitudes! A palavra do momento é atitude.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.


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