"> Contas de Pedro Taques são aprovadas mesmo com indícios de ‘pedalada fiscal’ – CanalMT
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Contas de Pedro Taques são aprovadas mesmo com indícios de ‘pedalada fiscal’

Janaiara Soares-GD

Apesar dos indícios de “pedalada fiscal” levantados pela própria Assembleia Legislativa, os deputados estaduais aprovaram as contas do ex-governador Pedro Taques (PSDB) referentes ao exercício de 2017. Foram 12 votos a favor da aprovação e 8 contra, contabilizados em uma sessão secreta, realizada na sala da presidência, devido a ocupação do plenário das deliberações pelos servidores públicos.

A “pedalada” consta no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos, que responsabilizou Taques por uso indevido do dinheiro do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

O ex-governador ainda é suspeito de ser o responsável pela atual crise financeira que o Estado enfrenta. Uma investigação foi requerida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao tomar conhecimento do decreto de calamidade financeira assinado pelo governador Mauro Mendes (DEM).

Presente na sessão e um dos votos contra a aprovação das contas, a deputada Janaina Riva (MDB) afirmou que a maioria dos deputados favoráveis votou “por dó”. “Isso repete o que aconteceu no passado, que é votar as contas sem ter critério. É mais uma votação política do que técnica. É lamentável que a Assembleia se porte desta forma. Corre o risco ser responsabilizada também”, criticou a emedebista.

A investigação solicitada por Paulo Guedes deve ser conduzida pelo Tesouro Nacional, que solicitará informações do Tribunal de Contas para analisar as infrações eventualmente cometidas e os possíveis alertas ignorados pelo ex-governador, assim como a possível conivência da própria Corte de Contas.

De acordo com o relatório final da CPI dos Fundos, cerca de R$ 500 milhões foram retidos durante o ano de 2017. A retenção seria ilegal, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), já que Fethab e Fundeb têm repasses obrigatórios para os municípios.

O texto da CPI destaca ainda que, mesmo com a crise financeira e fiscal que Mato Grosso enfrenta, o governo não pode deixar de repassar aos municípios o valor vinculado à composição do Fundeb, pois não pode usar recurso alheio para pagar suas despesas.

Foi solicitado a Controladoria Geral do Estado (CGE) a analise do relatório para a abertura de um possível “processo administrativo visando apurar a responsabilidade de agentes públicos nas retenções”. A Constituição Federal exige a responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa em caso do não repasse de recursos para despesas obrigatórias e constitucionais. A Constituição prevê ainda que tal infração pode causar a “rejeição das contas anuais de governo”.


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