A policial militar Eliza Emiko Fujisawa foi a responsável por comunicar, em boletim de ocorrência firmado em janeiro de 2017, as supostas fraudes encabeçadas pela ex-servidora da prefeitura de Cuiabá, Nulce Maria Sebastiana, na Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano.
Conforme relatado em depoimento posterior, na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários, Eliza Emiko conheceu Nulce no final do ano de 2015. A suspeita logo comunicou que precisa mudar a diretoria do Instituto Mato-grossense de Artes, Cultura e Desporto (IMACD), pois pretendia requerer o título de utilidade pública para que pudesse firmar convênios.
Foi solicitado que Emiko e o seu então companheiro, identificado como Rafael Catarino, fizessem parte da ata de membros do instituto, com o intuito de criar uma sede. A policial militar concordou, levando em conta o suposto serviço de assistência que prestaria.
Após termino de relacionamento com Rafael, Emiko foi comunicada por Nulce sobre uma dívida de aproximadamente R$ 90 mil adquirida por seu ex-companheiro. A ex-servidora chegou a reter um carro que estava sendo utilizado pela policial militar, dizendo que serviria para quitar o montante.
Ao pesquisar sobre a fonte de dos R$ 90 mil emprestados por Nulce a Rafael, Emiko descobriu que o valor seria de convênios firmados na Secretaria Municipal de Assistência Social.
A operação
A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), da Polícia Judiciária Civil, deflagrou na manhã desta terça-feira (27) a operação “Ippon”, baseada em investigação para apurar desvios de recursos públicos da Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano do município de Cuiabá, entre os anos de 2014 a 2017.
A operação dá cumprimento a cinco mandados de busca e apreensão, um deles em um órgão público e os demais em residências da Capital.
A denúncia aponta desvios por meio de convênios firmados pela Prefeitura de Cuiabá e o Instituto Mato-grossense de Artes, Cultura e Desporto.
Segundo apurado, o instituto criava projetos que em tese beneficiariam crianças e adolescentes, mas há informações de que teriam sido usados para atender interesses pessoais, mediante a utilização de notas fiscais fraudulentas para justificação de verbas públicas.
A operação Ippon recebeu esse nome em alusão a expressão utilizada em competições de artes marciais para atribuir um golpe perfeito.