As investigações do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) que ainda estão em andamento apontam para a participação de pelo menos 41 pessoas no esquema de propina de mais de R$ 30 milhões que era operado no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) através de contratos que estão em vigor desde 2009. Dentre os envolvidos, constam 7 deputados estaduais, todos em pleno exercício de mandato, 1 ex-deputado federal e um ex-governador.
Conforme as investigações, dentre os integrantes da organização criminosa estão políticos, funcionários públicos e empresários que se utilizavam do contrato da empresa EIG Mercados junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) para lavagem de dinheiro e recebimento de propina. Segundo o MPE, a organização era composta por 3 núcleos autônomos: Liderança, Operações e Subalterno.
A lista traz alguns nomes já conhecidos do Ministério Público, de pessoas investigadas em outros esquemas de corrupção e desvio de dinheiro do Legislativo Estadual a exemplo de Odenil Rodrigues de Almeida que é servidor comissionado na Assembleia Legislativa e assessor de confiança de Guilherme Maluf (PSDB). Ele já foi investigado em outras operações do próprio Gaeco como a Convescote deflagrada para desarticular uma organização criminosa montada pela Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe) que mantinha convênio de R$ 100 milhões com a Assembleia Legislativa.
Outro nome que também conhecido de outras investigações do Gaeco é o empresário Rafael Yamada Torres, que é filho do empresário Wanderley Fachetti, dono da empreiteira Trimec. Rafael foi alvo de mandado de condução coercitiva cumprido na 5ª fase da Operação Sodoma em fevereiro de 2017.
O ex-secretário-geral da Assembleia Legislativa, Tschales Franciel Tscha, conhecido como Charles, é outro investigado por outros esquemas que surge nas investigações da Operação Bereré. Ele é ex-assessor de Guilherme Maluf e também foi alvo da Operação Convescote.
Elias Pereira dos Santos Filho, secretário de Gestão de Pessoas na Assembleia Legislativa e irmão do deputado Wilson Santos também está entre os investigados por corrupção na Operação Bereré.
Confira nomes:
Núcleo de liderança
Teodoro Moreira Lopes, o Dóia (ex-presidente do Detran e delator do esquema)
Mauro Luiz Savi (deputado pelo DEM)
José Eduardo Botelho (deputado pelo DEM e presidente da Assembleia)
Silval da Cunha Barbosa (ex-governador de Mato Grosso)
Pedro Henry Neto (ex-deputado federal)
Paulo Cesar Zamar Taques (ex-secretário chefe da Casa Civil)
Núcleo de Operação
Antonio aa Cunha Barbosa Filho (irmão de Silval Barbosa)
Marcelo da Costa e Silva
Antonio Eduardo da Costa e Silva
Claudemir Pereira dos Santos
Silvio Cézar Correa de Araújo (ex-chefe de gabinete de Silval)
Rafael Yamada Torres
Roque Anildo Reinheimer
Dauton Luiz Santos Vasconcellos
Merison Marcos Amaro
Hugo Pereira de Lucena
Pedro Jorge Zamar Taques (irmão de Paulo Taques)
José Kobori
José Henrique Ferreira Gonçalves
José Ferreira Gonçalves Neto
Núcleo subalterno
João Antonio Cuiabano Malheiros
Cleber Antonio Cini
Janaina Polla Reinheimer
Odenil Rodrigues De Almeida
Tschales Franciel Tscha
Claudinei Teixeira Diniz
Marcelo Henrique Cini
Rômulo Cesar Botelho
Valdir Daroit
Marilci Malheiros Fernandes de Souza Costa e Silva
José Domingos Fraga Filho (Deputado pelo PSD)
Wilson Pereira dos Santos (Deputado pelo PSDB)
José Joaquim de Souza Filho, o Baiano Filho (Deputado pelo PSDB)
Ondanir Bortolini, o Nininho (Deputado pelo PSD)
Romoaldo Aloisio Boraczynski Junior (Deputado pelo MDB)
Jorge Batista da Graça
Elias Pereira dos Santos Filho (irmão de Wilson Santos)
Luiz Otávio Borges
Wilson Pinheiro Medrado
Valdemir Leite da Silva
Jurandir da Silva Vieira