Após um grande silêncio dos líderes ocidentais sobre o resultado das eleições russas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, telefonou nesta terça-feira para Vladimir Putin para parabenizá-lo pela vitória. Os líderes também debateram a possibilidade de um encontro.
“Fizemos uma ótima ligação”, disse Trump a repórteres no Salão Oval, onde se encontrava com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita. “Provavelmente nos encontraremos em um futuro não muito distante para discutir a corrida armamentista, que está ficando fora de controle”.
“Também temos que falar sobre Ucrânia, Síria e Coreia do Norte, então acho que provavelmente verei o presidente Putin num futuro não muito distante”, acrescentou Trump, sem dar detalhes de onde ocorreria essa reunião.
Em comunicado posterior, a Casa Branca garantiu que os dois líderes “falaram sobre o estado das relações bilaterais e decidiram continuar o diálogo sobre desafios e prioridades mútuas de segurança nacional”.
Trump “enfatizou a importância de desnuclearizar a península norte-coreana”, e ambos os “confirmaram a necessidade de Estados Unidos e Rússia continuarem os esforços compartilhados para uma estabilidade estratégica”, concluiu a Casa Branca.
Sobre o telefonema desta terça-feira, o Kremlin informou em comunicado que os líderes “falaram a favor do desenvolvimento de uma cooperação prática em esferas diferentes, incluindo questões sobre como garantir a estabilidade estratégica e combater o terrorismo internacional.”
Putin e Trump também concordaram com a necessidade de trabalhar juntos para evitar uma possível corrida armamentista, disse o Kremlin, acrescentando: “Devotou-se uma atenção especial a trabalhar a questão de uma possível reunião de alto nível”.
Moscou e Washington têm diferenças em relação à Síria e à Ucrânia, e as alegações norte-americanas de que a Rússia interferiu na eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos continuam a ofuscar o relacionamento, embora Moscou as negue.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à agências de notícias russas que Putin e Trump não trataram do envenenamento do ex-agente duplo russo.
Putin adotou um discurso mais brando com o Ocidente depois de conquistar sua maior vitória eleitoral, dizendo que não deseja uma corrida armamentista e que fará tudo que puder para resolver diferenças com outros países.
No início de março, Putin anunciou que estava testando novos armamentoscapazes de vencer os sistemas de defesa americanos. Trata-se de um míssil nuclear de cruzeiro que, segundo ele, é invencível e com capacidade de chegar a qualquer parte do mundo.
(Com Reuters e EFE)