O vereador Marcelo Bussiki (PSB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, na Câmara de Cuiabá, espera que a composição da investigação seja refeita para investigar, de fato, as denúncias contra o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MPB), gravado recebendo maços de dinheiro e guardando no paletó em 2013 quando era deputado estadual.
Uma liminar proferida pelo juízo da 4ª Vara da Fazenda Pública de Cuiabá determinou a suspensão dos trabalhos da CPI por irregularidades em sua composição.
A decisão atendeu pedido do vereador Diego Guimarães (PP), que impetrou um mandado de segurança alegando que o ato de constituição da CPI contrariou o regimento interno da Câmara, uma vez que os vereadores Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV), relator e membro titular, respectivamente, assinaram a criação da investigação após ela ter sido protocolada. Ambos são aliados do prefeito.
“Essa decisão fortalece a CPI. Vai ter uma nova composição e eu espero que, com a entrada dos dois novos membros, possamos avançar nas investigações, dando uma resposta à população”, avaliou Marcelo Bussiki.
A liminar suspende a resolução assinada pelo presidente da Câmara, Justino Malheiros (PV), que constituiu a CPI e suspende também os prazos para início e conclusão da investigação.
Malheiros, inclusive, utiliza sua posição de presidente da Câmara para defender a continuidade da CPI da forma como está, ou seja, caminhado para o encerramento sem ouvir o prefeito Emanuel Pinheiro e sem ouvir outras testemunhas solicitadas pelo presidente da CPI.
Segundo Malheiros, não houve irregularidades. Em sua avaliação, há apenas a tentativa de criação de um palanque eleitoreiro.
Marcelo Bussiki, porém, rebateu o presidente.“A CPI busca investigar. Questão eleitoral ainda vai ser discutida lá na frente. Então não é argumento válido. O presidente da casa precisa vir a público e apoiar toda e qualquer investigação”, afirmou.