"> Esquema de propina no Detran envolve 68 servidores da Assembleia – CanalMT
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Esquema de propina no Detran envolve 68 servidores da Assembleia

A Gazeta

Os responsáveis pela investigação de um esquema de propina envolvendo um contrato do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran/MT) identificaram 68 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa em transações financeiras que constam nos extratos bancários dos investigados na Operação Bereré, deflagrada na última segunda-feira (19). A informação consta no relatório técnico, produzido com base na quebra do sigilo bancário de 25 pessoas e empresas, deferida pela Justiça.

Conforme o documento, estas pessoas figuram como destinatárias ou remetentes nas operações identificadas. O próximo passo desta parte da investigação é, conforme os delegados e promotores de Justiça que cuidam do caso, ouvir cerca de 150 pessoas, entre elas os funcionários e ex-funcionários do Legislativo listados nos extratos para obter informações sobre os motivos das operações financeiras.

Além da identificação destas pessoas, com o cruzamento de dados dos extratos com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual conseguiram informações sobre os setores em que os servidores e ex-servidores trabalham ou trabalharam na Assembleia Legislativa. A ressalva é que apenas a partir de agosto de 2012 passou a ser disponibilizado o lotacionograma da Casa de Leis. Entre os setores citados como locais de trabalho destas pessoas, estão gabinetes de deputados e ex-deputados.

Já nas operações descobertas, que ocorreram entre 2009 e 2015, o relatório identificou transferências bancárias, folha de pagamento e cheques. As operações foram listadas em um quadro detalhado.

A quebra de sigilo bancário foi pedida a Justiça para apurar um suposto esquema de pagamento de propina por meio de um contrato de concessão de serviços envolvendo a FDL Serviços, que assumiu, em 2009, o registro dos contratos de financiamento de veículos. Segundo a Polícia Civil, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e o Núcleo de Ações de Competências Originárias (NACO), a FDL repassava mensalmente, a título de propina, parte dos lucros auferidos para uma empresa supostamente de fachada, que distribuía o montante aos sócios.

Entre eles, esteve até 2012 o atual presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (PSB). O parlamentar afirmou que deixou a sociedade antes da ocorrência das supostas fraudes, negando participação no esquema. As investigações foram iniciadas em 2013 e ganharam força com a delação do ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, o Dóia.


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