Ainda nos depoimentos prestados a Procuradoria Geral da República na condição de delator, o ex-secretário de Estado Pedro Nadaf, admitiu que utilizou a quantia de propina na ordem aproximada de R$ 500 mil para adquirir barras de ouro oriundas do município de Peixoto de Azevedo.
A aquisição se dava por meio de idas ao município de Peixoto de Azevedo do ex-presidente da Metamat (Companhia Mato-Grossense de Mineração), João Justino Paes de Barros.
No segundo semestre de 2014, Justino apresentou a Nadaf uma pequena barra de ouro comprada em um garimpo localizado em Peixoto de Azevedo adquirida com deságio de 15%.
Na ocasião, Nadaf e Justino firmaram uma parceria de negócios com o propósito de comprar e vender ouro. De acordo com o depoimento, seriam “transações que lhes trariam rentabilidade, o que foi confirmado no decorrer do tempo, eis que cada um se favoreceu com lucros na margem de 5 a 7% dos valores comercializados”, diz um dos trechos.
Ainda em 2014, Nadaf ofereceu ao então governador Silval Barbosa para aderir a compra de barras de ouro, o que foi aceito.
“Silval Barbosa entregou parte em dinheiro para o declarante, sendo esse dinheiro oriundo de pagamento de propinas, eis que o Declarante pegava os valores em espécie dentro do closet do gabinete do ex-governador, local onde ficavam as propinas, tendo posteriormente passado para João Justino adquirir o equivalente em ouro”, explicou.
“O valor da grama do ouro nesse período variava entre R$ 80,00 (oitenta reais) a R$ 100,00 (cem reais), sendo que nesse período o declarante repassou a João Justino, para efetivar a compra de ouro para Silval Barbosa, o valor aproximado de R$ R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais)”, concluiu.
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