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Jovem registra ocorrência contra Feliciano por abuso sexual

A militante do PSC Patrícia Lellis registrou ocorrência neste domingo (7) contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) por abuso sexual. O boletim foi feito na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, na Asa Sul, e confirmado pela Polícia Civil. O chefe de gabinete do parlamentar foi detido em São Paulo na sexta (5) e liberado no dia seguinte.

A reportagem tentou contato com o deputado em dois telefones e deixou recado na caixa postal, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. Em vídeo divulgado no YouTube neste sábado (6), Feliciano chamou as acusações da jovem de “falsa comunicação de crime”. Neste domingo, Patrícia chegou a atender o telefone, mas desligou quando foi informada do motivo da ligação.

A ocorrência diz que o suposto crime aconteceu no dia 15 de junho, entre 9h e 9h30, em um apartamento na quadra 415 da Asa Sul. Patrícia Lellis já tinha registrado um boletim em São Paulo contra o chefe de gabinete do político, Talma Bauer, que foi detido nesta sexta (5) por suspeita de manter a jovem em cárcere privado nesse endereço.

Antes de registrar os boletins, a jornalista e militante do partido de Feliciano chegou a publicar um vídeo em redes sociais, afirmando que as acusações divulgadas pela mídia eram “falsas” e que o deputado era um “homem bom”. Dias depois, um amigo de Patrícia disse à polícia de São Paulo que a jovem recebeu R$ 20 mil para gravar o vídeo.

Acusações

As denúncias de Patrícia vieram à tona na terça (2), após serem publicadas pela coluna Esplanada, do portal UOL. Na quarta (3), circularam na internet áudios em que a jovem diz ter sido abusada sexualmente pelo deputado.

No áudio que teria sido gravado pela jovem, que é estudante de direito em Brasília e tem 22 anos, ela conversa com um homem que seria o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, e relata o assédio sexual que teria sofrido nas mãos do parlamentar.

Na sexta, Patrícia registrou a primeira ocorrência em São Paulo, contra Bauer. A jovem diz ter sido ameaçada pelo homem, que tinha uma arma na cintura e teria dito que se ela não voltasse atrás nas denúncias sobre o deputado Feliciano, poderia ser vítima de um “mal maior”.

Deputado nega

No vídeo divulgado pela internet, Feliciano nega as acusações e diz estar “machucado” com o caso. Foi a primeira manifestação pública do parlamentar sobre o tema. “Embora eu esteja machucado, com minha família toda sofrendo, eu não vou julgar essa moça. Eu perdoo ela. Embora eu espere que ela seja responsabilizada pela falsa comunicação do crime [de assédio sexual], eu perdoo ela”, disse Feliciano no vídeo.

No vídeo, gravado ao lado da esposa, Edileusa Feliciano, o deputado também chora ao falar do apoio que recebeu da filha mais velha e diz que as pessoas que ama acreditam na sua inocência.

Gravações

Nos áudios divulgados na Internet, Patrícia diz ser vítima de violência cometida pelo deputado: “Com todas as letras, ele deu em cima de mim mesmo de uma forma assim descarada. Me levou a fazer coisas à força, que eu tenho prova disso. Dentro da casa dele, falou que ‘tava tendo reunião na UNE. Pra eu ir pra lá. Cheguei lá, e não tava tendo”, diz.

“Ele não me deixou sair, fez coisas à força. Eu tenho a mensagem para ele: ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri e diz: ‘Passa um batom por cima’. Eu tenho todas essas provas.” O suposto chefe de gabinete sugere “botar uma pedra em cima” das denúncias contra Feliciano.

Depois, ela gravou os dois vídeos nos quais desmentia ter feito qualquer tipo de acusação contra Feliciano. Esses vídeos são anteriores ao registro de ocorrência que ela fez na delegacia.

“A todos esses jornalistas que me ameaçaram dizendo que eu tinha que contar a verdade, tô aqui falando a verdade. A verdade é que vocês estão mentindo, tá em época de eleição… O pastor Marco Feliciano é uma pessoa íntegra com a qual eu tenho um contato muito bom, sempre muito bom respeitoso, muito amigável. Então, não propaguem mentiras”, diz Patrícia Lélis em um dos vídeos publicados.

Críticas ao PSC

Em seu perfil do Facebook, Patrícia fez críticas neste sábado ao PSC. A jovem afirmou que informou o partido dos abusos que teria sofrido, mas, segundo ela, nada foi feito. “Procurei o partido assim que os fatos ocorreram. Resultado? Me disseram: ‘Patrícia é melhor você ficar calada, não vamos tomar nenhuma providência'”.

Na última quinta (4), a cúpula do PSC determinou a criação de uma comissão interna para apurar a acusação de assédio sexual e agressão. A comissão será formada pelo 1º-vice-presidente do PSC, Marcondes Gadelha, pela presidente do PSC Mulher, Denise Assumpção, e um integrante do PSC Jovem e ainda não tem prazo definido para apresentar o resultado da sindicância.

Pelo Facebook, Patrícia afirmou que o partido só agiu após a polícia atuar no caso. “Apenas depois da polícia ter que entrar no meio, o partido resolveu tomar alguma providência? Ou seja, passaram a mão na cabeça do Feliciano? Independente de ideologia política, crime é crime!”, disse a jovem.


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