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Fonte: Muvuca Popular
O ano de 2025 ficou marcado, no Judiciário de Mato Grosso, por uma das condenações mais severas já impostas pelo Tribunal do Júri. Em agosto, Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 34 anos, foi sentenciado a 225 anos de prisão pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e feminicídio praticados contra uma mãe e suas três filhas, em Sorriso.
Os crimes ocorreram na madrugada de 24 para 25 de novembro de 2023 e tiveram como vítimas Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas Miliane, de 19, Manuela, de 12, e Melissa, de 10. O julgamento, realizado no dia 8 de agosto de 2025, durou cerca de dez horas e teve a sentença proferida pelo juiz Rafael Deprá Panichella, da 1ª Vara Criminal de Sorriso, que determinou o início imediato do cumprimento da pena, em regime fechado.
Durante a sessão, os jurados reconheceram, em relação a Cleci, os crimes de feminicídio triplamente qualificado, com causa de aumento de pena, além de estupro de vulnerável. No caso de Miliane, foi reconhecido o feminicídio triplamente qualificado com causa de aumento e o crime de estupro. Para Manuela, o conselho de sentença reconheceu o feminicídio quadruplicamente qualificado, também com causa de aumento, além do estupro de vulnerável. Já em relação à criança Melissa, foram reconhecidas cinco qualificadoras no crime de feminicídio, acrescidas de causa de aumento, o que resultou na elevação expressiva da pena total.
Ao longo do julgamento, foram ouvidas seis testemunhas, entre elas Regivaldo Cardoso, pai e esposo das vítimas, além de familiares, do delegado responsável pelo caso e de dois policiais que atuaram nas investigações. O réu optou por permanecer em silêncio, exercendo o direito constitucional de não prestar depoimento, e se ausentou da fase de arguições da acusação e da defesa.
Após a leitura da sentença, Regivaldo Cardoso afirmou que, embora a condenação não amenize a dor da perda, representou um reconhecimento da gravidade dos crimes. Ele destacou a unanimidade dos jurados e avaliou que a decisão judicial assegura que o condenado permaneça afastado do convívio social. “A justiça foi feita hoje”, afirmou, ao agradecer aos envolvidos no julgamento.
A condenação encerrou um dos processos criminais mais emblemáticos dos últimos anos em Mato Grosso, tornando-se um marco na resposta do sistema de Justiça a crimes de extrema violência contra mulheres e crianças.



