O retorno à Série B após quatro temporadas na elite do futebol brasileiro trouxe um impacto esportivo e financeiro significativo ao Cuiabá. Além das eliminações precoces — queda na primeira fase da Copa do Brasil para o Porto Velho, perda do título estadual para o Primavera e apenas um 10º lugar na Série B — o clube já admite que fechará 2025 com prejuízo, ainda não contabilizado oficialmente.
A diretoria cita a queda de receitas gerais, o desempenho ruim em bilheteria e o aumento dos custos da competição como fatores que pressionaram o caixa. O presidente Cristiano Dresch afirma que a temporada exigirá ajustes profundos.
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Presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch — Foto: TVCA
— Financeiramente foi um ano ruim, de prejuízo, não sabemos o tamanho porque ainda não foi contabilizado — declarou.
Receitas limitadas e impacto da queda
O Cuiabá teve uma receita bem inferior à de anos anteriores na Série A. Em 2025, a arrecadação do clube envolveu:
- Direitos de TV da Série B: R$ 4.600.000 (brutos)
- Aporte da Liga Forte Futebol (LFF): R$ 3.737.000 + garantia mínima de R$ 2,5 milhões. (ambos com vários descontos)
- Placas de publicidade: R$ 3.750.000
- Copa do Brasil: R$ 1.378.125 (bruto) pela participação na 1ª fase
- Bilheteria da Série B: R$ 649.214 (bruto), com média de 2.378 torcedores na Arena Pantanal
- Cobertura de logística da CBF: passagens e hospedagens para os 19 jogos fora de casa
A diretoria optou por não divulgar valores de patrocínios de camisa e ações de marketing.
Prejuízo no Estadual: quadro negativo
A disputa do Campeonato Mato-grossense gerou déficit em todas as partidas disputadas como mandante na Arena Pantanal. Somando as rendas líquidas:
- Cuiabá x Mixto: – R$ 8.184,41
- Cuiabá x Luverdense: – R$ 20.310,52
- Cuiabá x Nova Mutum: – R$ 22.496,07
- Cuiabá x Sport Sinop: – R$ 25.991,86
- Cuiabá x CEOV (semi): – R$ 25.065,51
- Cuiabá x Primavera (final): – R$ 33.005,41
O total representa R$ 135.054,78 negativos apenas no Estadual.
O cenário reforça o alto custo operacional da Arena Pantanal, que historicamente impõe despesas superiores à arrecadação dos clubes locais.
Série B também registrou prejuízos
Mesmo em partidas de maior apelo, o Cuiabá registrou déficits substanciais como mandante. Nos cinco jogos de maior visibilidade na competição em termo desportivo:
- Cuiabá x Goiás: – R$ 66.633,56
- Cuiabá x Athletico: – R$ 59.854,34
- Cuiabá x Coritiba: – R$ 56.067,46
- Cuiabá x Novorizontino: – R$ 54.104,31
- Cuiabá x Remo: – R$ 43.664,88
A média de prejuízo nesses jogos foi de R$ 56.464,11.
Segundo apuração do ge, despesas fixas de operação, segurança e arbitragem são os principais responsáveis pelos déficits.



