O mais garrido deputado bolsonarista-raiz Gilberto Cattani, do PL, não logrou êxito na sua primeira investida contra os que tem como comunistas e não patriotas. Eleito, agora sim, ele considerou que pode investigar o Sintep – uma instituição de classe, que não recebe recursos do governo. Deputados, por meio de CPI, podem sim investigar sindicatos, mas há que haver consistência nos motivos, e não será apenas por idiossincrasias ideológicas.
Ao propor uma CPI na Assembleia Legislativa para investigar movimentações financeiras do Sintep (sindicato dos profissionais da educação) e após ter ‘engravidado pelo aparelho auditivo’ o companheiro de ideologia Diego Guimarães, Cattani esbarrou na lei e o seu projeto ruiu.
O presidente da comissão de justiça da casa (CCJ), o ex-tudo em Mato Grosso, Júlio Campos, sugeriu e conseguiu a renúncia a tal investida. Júlio já andou, às turras, se havendo com o Sintep quando foi governador, no início dos anos 80, e por isso mesmo sabe que o sindicato em tela tem suas assembleias, encontros, debates, pautas e balancetes avaliados por milhares de professores e profissionais da Educação de todas as matizes e modos: de liberais a estatistas ou direitistas, de marxistas a engelistas, de petistas a unionistas.
O Sintep reúne cerca de 28 mil filiados em 141 municípios e todos acompanham suas andanças fiscais e financeiras de forma que não é impossível, mas difícil trambiques expressivos que valham uma CPI ao sabor do deputado. No sindicato, são milhares de olhos e ouvidos e a destituição dos diretores é quase sempre sumária.
Talvez Cattani tenha a convicção de que seja aquele bonito que o grego Diógenes (também conhecido por ‘O Cínico’) procurava e teria encontrado. Cattani é aquele, que, no ano passado, ao condenar o ex-presidente da Caixa, Paulo Guimarães, que andava querendo traçar as funcionárias da instituição, saiu com esta: “Bolsonarista raiz não trai a mulher”, disse ele na ocasião, esquecendo-se de mencionar se a recíproca seria verdadeira no caso das mulheres bolsonaristas-raiz.
Mas ele é assim e todo político tem que estar sempre em tela, aparecer, seja por falta de conteúdo ou por iniciativas que não cabem em sí.
Ele entra na AL com botas, cinto largo e chapéu, parecendo o Wyatt Earp , o temido xerife de fronteira que impôs a lei nas cidades de Wichita e Dodge City (Kansas), e em Tombstone ( Arizona), no final dos anos 1.800.
Vá entender… ! Quem sabe Cattani encarne o delegado do Oeste, ao se fantasiar como tal, e pense que possa resolver os problemas do Sintep e de Mato Grosso como sendo um xerife durão das pradarias do faroeste !?