O grande temor do final do século vinte era a guerra fria, claro. Mas a explosão demográfica assombrava porque não teríamos comida para alimentar todos nessa rocha flutuante chamada Terra.
Abnegados cientistas e servidores públicos vocacionadas, ao redor do mundo, se debruçaram na causa. Com alta tecnologia e persistência, comida não foi mais um problema na virada do século.
O muro de Berlim caiu, o cogumelo que iria dizimar a raça humana da terra tava no controle.
A trilha sonora já migrava para o “sertanejo”, que ia os poucos deixando de ser brega, coisa de caipira, para tocar até em festa da zona sul carioca, reduto da bossa nova.
Mas música é uma democracia, espaço pra todo mundo, sem estigma e sem policiamento. Assim que é bom.
O Titãs do Ieie, com muito vigor, já previa o que vinha:” já não caibo mais nas roupas que cabia…será que falei o ninguém ouvia…será que escutei o que ninguém dizia?”.
“Não vou me adaptar…”
Como geração de uma transição, estávamos num limbo. Em Go Back “só queríamos saber do que podia dar certo…”. Não tínhamos, como não temos, tempo a perder.
Mais de 30 anos depois, resolvido a questão de produção de alimentos, não conseguimos ainda fazer o mais fácil, mais simples…distribuir esse alimento e erradicar a fome no mundo. Isso se dá pelo fato que parte de nossos líderes tem uma “cabeça dinossauro”.
Devem ser extintos, como os demais dinossauros, mas não por um meteoro, mas sim pelo voto.
A gente não quer só comida, a gente quer comida, educação, saúde e segurança, nesta ordem. E tendo isso cultura e diversão!.
Hoje, vocês tem fome de que?
Rodrigo Rodrigues é jornalista e empresário
Fonte: O Documento