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A integração estudante, família e educadores

Diziam os mais antigos que a família era responsável  pela educação e a escola pela instrução. É verdade que esse pensamento perdurou por muito tempo, atravessou décadas, mas, felizmente, educadores, psicólogos, gestores, e a sociedade reformaram esse conceito: quando levamos em consideração que muitas crianças reproduzem na escola as atitudes que presenciaram em casa ou compartilham em casa o conhecimento adquirido na escola, é fundamental que a família e a escola andem de mãos dadas para, assim, se chegar a uma educação com muito mais qualidade, muito mais integrada e produtiva. Entregar à escola a tarefa de ensinar, unicamente, e fazer o mesmo dando à família a missão de dar bons modos à criança é coisa do passado.

A integração entre família e escola é um processo em que todos saem ganhando. A família consegue alinhar a rotina, acompanhar o desenvolvimento da criança e ajudá-la melhor. Já a escola ao trazer para o diálogo os saberes, contradições, memórias e os valores das famílias e comunidade, reafirma a opção de adotar a perspectiva da educação e crescimento de uma criança com maiores chances de se desenvolver integralmente.

Desde 2020, quando as relações escola, família e estudante foram postas à prova, com teleaulas,  aulas online – atividades remotas – e isolamento, pude perceber que as crianças que tinham acompanhamento diário de alguém da família, aquelas que mantiveram a rotina de estudos no mesmo horário de aula apresentaram desempenho superior aos outros que deixaram para fazer todas as atividades no final de semana quando os pais estavam de folga do trabalho. O problema é que, na folga, muitos pais estavam cansados e desestimulados, até porque a maioria tinha e tem muita coisa para fazer nos dias em que estava fora do trabalho. Muitas páginas dos livros e cadernos das tarefas estavam em branco ou incompletas, assim que as aulas presenciais voltaram e houve crianças que até perderam o livro escolar, tamanha foi a ausência da família e desinteresse de alguns alunos, durante a pandemia. No primeiro caso, observei e fiquei sabendo que alguns alunos até vestiam o uniforme para assistir as aulas no mesmo dia – com o auxílio vigilante da família, um exemplo de força de vontade, dedicação e entusiasmo. Comparando os dois cenários, quem teve a família bem perto ganhou.

Com as desigualdades sociais, e com as obrigações domésticas e de trabalho diários não é fácil chegar ao ponto de excelência na atenção com os filhos, no caso da produtividade escolas, mas a situação é geral,  e forçou a nos reinventar e nos adaptar. Algumas famílias também tiveram que se empenhar para acompanhar as atividades escolares dos filhos, mesmo com distintas realidades.

Desde que a educação teve mais força com o compartilhamento das responsabilidades, conforme destaquei no início do texto, os próximos anos serão exigentes em relação à participação familiar no desenvolvimento educativo dos filhos. Os professores tiveram uma carga elevada nesses dois anos de isolamento passados, e certamente estarão dispostos a manter acesa a força que os move na missão de ensinar no futuro. Aos pais ou familiares, dobram-se, igualmente a necessidade de integração com os filhos e com a escola. Os desafios no ano que vem – ainda mais com a necessidade da tecnologia, através dos equipamentos de mídia – , serão enormes, mas ficarão bem menores se houver a combinação perfeita e decidida de todos, incluindo gestores.

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(*) JULIANA DOMINGUES MATIAS é graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), Possui curso de Licenciatura Plena, Programa Especial de Formação Pedagógica para Formadores da Educação Profissional pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), fez Pós-graduação Latu Sensu- Especialização em Gestão Escolar na Universidade de São Paulo (Unicid) e tem experiência na Educação Fundamental 1 e Educação Infantil. Trabalha no Instituto Educacional Nossa Senhora de Fátima- Cuiabá como professora do 2º ano do Ensino Fundamental e trabalha na EMEB Juscelino José Reiners como professora do 1º ano do Ensino Fundamental


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