A polícia britânica impôs restrições à manifestação contra o racismo, programada para ocorrer neste sábado (13), em Londres. Entre elas, está o estabelecimento da área de protesto e um horário limite.
O objetivo, segundo a agência EFE, é evitar incidentes como os que ocorreram no último fim de semana, quando alguns manifestantes pintaram várias estátuas – entre elas, a do ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, com a frase “era um racista”.
Os protestos são motivados pela morte de George Floyd, asfixiado pelo joelho de um policial branco sobre seu pescoço, nos Estados Unidos.
Manifestações sobre a morte de Floyd e contra o racismo em geral continuarão neste fim de semana em diferentes partes do Reino Unido, forçando o governo a proteger certos monumentos com cercas e presença da polícia.
Área de protesto e horário
Neste sábado, alguns membros do grupo de extrema-direita “Britain First” foram à Praça do Parlamento para cuidar dos monumentos, de acordo com seu líder, Paul Golding.
Como medida de precaução e para evitar incidentes entre os grupos, a Polícia impôs ao “Black Lives Matter” uma área específica para protestar, entre Trafalgar Square e Hyde Park, no centro da capital britânica.
As autoridades pediram aos manifestantes que não se juntassem aos protestos, correndo o risco de espalhar o coronavírus, pois é muito difícil manter distância social.
A polícia determinou que, às 17h (16h GMT), os manifestantes deverão se retirar do local, especialmente da área de Whitehall, na zona do governo e perto do Parlamento.
Embora seja considerado um herói no Reino Unido por sua conduta durante a Segunda Guerra Mundial, o ex-primeiro-ministro é apontado por muitos historiadores como um defensor da supremacia branca. Ele era um ferrenho defensor do imperialismo britânico, que afirmava ser benéfico para raças que chamava de “primitivas”.
O atual primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, descreveu como “absurdo e vergonhoso” os atos de vandalismo cometidos contra a estátua de Churchill na Praça do Parlamento, destacando suas “realizações” na luta contra a “tirania fascista e racista” durante a Segunda Guerra Mundial.
Nos últimos dias, também houve grafites na estátua da rainha Victoria (1819-1901) no centro de Hyde Park, onde foram lidas palavras como “racista” ou “assassina”, enquanto a do comerciante de escravos Edward Colston (1636-1721) foi arrancado de Bristol e jogado na água no porto.