"> Fávaro chama Selma de ‘pseudomoralista’ ao pedir cassação – CanalMT
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Fávaro chama Selma de ‘pseudomoralista’ ao pedir cassação

Celly Silva-GD

Ao pedir que a senadora eleita Selma Arruda (PSL) não seja diplomada para o cargo, o ex-candidato ao mesmo posto, Carlos Fávaro (PSD), terceiro colocado na eleição, classificou a adversária como “pseudomoralista” por verificar um hiato entre o discurso e a prática de Selma, acusada de caixa 2 no período de pré-campanha. Conforme consta na petição de Fávaro, a ex-magistrada “vilipendiou a legitimidade, a normalidade e a higidez das eleições”.

Na ação de investigação judicial eleitoral proposta pelo ex-candidato contra Selma Arruda e seus suplentes, Beto Possamai e Clerie Fabiana (todos do PSL), a defesa de Fávaro aponta que a chapa vencedora para o Senado praticou “condutas abusivas” e se beneficiou de “todo o conjunto de ilegalidades e irregularidades” para chegar ao Senado.

“Com efeito, Selma Rosane Arruda, no afã de conquistar uma cadeira na Câmara Alta do Congresso Nacional, incorreu em abuso de poder econômico, em prática de ‘caixa 2’, em simulação criminosa de documentos, abuso do poder de mídia (conhecido como uso indevido dos meios de comunicação) e abuso de poder político”, aponta a petição.

Conforme já divulgado pelo GD, a senadora eleita é alvo de uma ação de cobrança por parte do publicitário Júnior Brasa, dono da agência Genius, que afirma ter R$ 1,1 milhão para receber de Selma Arruda, por serviços prestados ainda na pré-campanha. Desde o período eleitoral, a senadora eleita nega as acusações de caixa 2 e afirma que é vítima de extorsão por parte de Júnior Brasa, que teria feito conluio com membros da campanha de seu então opoente, Nilson Leitão (PSDB) para prejudicá-la.

Para a defesa de Fávaro, o problema por si só já exige pronta resposta da Justiça, partisse de qualquer candidato, porém, o caso se agrava ao se levar em conta que teriam sido praticadas por uma ex-juíza. Antes de se aposentar, em março deste ano, Selma Arruda atuava na 7ª Vara Criminal de Cuiabá e foi responsável pela prisão de “figurões” da política mato-grossense, réus em escândalos de corrupção, como o ex-governador Silval Barbosa e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva. Por conta disso, sua maior bandeira na eleição foi o combate à corrupção.

“Sucede que os abusos e ilegalidades noticiados foram perpetrados por uma ex-magistrada, cujas ações não poderiam, em hipótese alguma, distanciar-se dos patamares de ética, probidade, moralidade, lealdade e de estrita legalidade. A Representada deveria exteriorizar um comportamento estritamente fiel às normas eleitorais como um imperativo para contribuir com uma nova cultura de equidade concorrencial”, diz trecho da reclamação.

A defesa asseverou ainda que a conduta de Selma foi uma afronta ao processo eleitoral e que ela tentou aplacar com a “força da toga” qualquer concorrência para sair vencedora, aceitando o “vale-tudo eleitoral” e se distanciando dos princípios éticos e morais.

“Em suma: os fatos abusivos e ilegais são juridicamente gravosos, socialmente censuráveis e moralmente reprováveis, agravados pela circunstância de Selma Rosane Santos Arruda ser ex-magistrada e, supostamente, erigir como uma de suas plataformas políticas a defesa intransigente de ética e probidade na gestão da coisa pública”, reforça o pedido de Fávaro.


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