Funcionários que atuam nos hospitais filantrópicos em Cuiabá cruzaram os braços nesta segunda-feira (15) devido ao atraso salarial. Com isso, os atendimentos para novos pacientes na Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) dos hospitais Geral, Santa Helena e Santa Casa de Cuiabá ficam paralisados.
Atualmente, os filantrópicos são responsáveis por 85% dos atendimentos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de Mato Grosso e muitas unidades de saúde amargam atrasos que, em alguns casos, somam 9 meses.
A Santa Casa, por exemplo, está com o repasse relativo ao aporte dado pelo Estado em atraso desde o mês de março de 2017, o repasse à UTI do SUS está atrasado desde o mês de outubro; enquanto o repasse feito pelo Município está também em atraso desde março de 2017.
Ao todo, a dívida soma R$ 8,9 milhões somente com a Santa Casa, segundo informações do presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Mato Grosso, Dejamir Soares. Ele explica que todos os trabalhadores da Santa Casa aderiram à greve, pois estão sem receber os salários de novembro, dezembro e janeiro.
Somente a Santa Casa possui 600 servidores. “A situação é caótica para todos os filantrópicos, por isso os que possuem leitos de UTI começaram a fechá-los a partir de hoje. Só a Santa Casa tem R$ 8 milhões para receber em atraso”, disse.
A falta de recursos não atinge somente os filantrópicos da Capital. Hospitais do interior também sofrem sem dinheiro para pagar os salários dos servidores. Eles, contudo, ainda não deliberaram sobre greve.
A Santa Casa de Pontes e Lacerda (546 a Oeste de Cuiabá), por exemplo, ainda não pagou os salários de novembro, dezembro e o 13º dos funcionários. Já o hospital Santo Antônio de Sinop (500 Km ao Norte de Cuaibá) está sem pagar os salários de novembro, dezembro e 10 cestas básicas.
“O que estes hospitais têm em comum sãos repasses atrasados por parte do Estado. Não tem como trabalhar assim”, afirmou Dejamir.
Além de suspender os atendimentos para novos pacientes da UTI, a greve ocasionará redução do número de servidores nas UTIs e nas enfermarias, que passam a operar com 50% e 30% do efetivo, respectivamente. A previsão é que a greve dos funcionários só se encerre após o pagamento ou mesmo a negociação dos salários.