Os irmãos Jayme e Júlio Campos defendem o nome do presidente da Assembleia Legislativa Eduardo Botelho para presidir o Democratas em Mato Grosso pelos próximos anos com a efetivação da filiação do grupo dissidente do PSB. A discussão ocorreu após o deputado federal Fábio Garcia (sem partido) ter negociado a possibilidade de presidir a sigla com o presidente nacional do DEM, Agripino Maia (DEM/RN) e o presidente da Câmara Federal Rodrigo Maia (DEM/RJ). “O Fabio Garcia disse que o presidente do partido e o da Câmara ofereceram para ele a presidência do DEM aqui no Estado. O Júlio fez uma sugestão que o mais indicado seria o Eduardo Botelho, que tem uma capilaridade grande e está aqui, não está em Brasília. Quem vai tocar o partido aqui? Porque vai ter que percorrer o Estado, agregar companheiros. Essa é nossa visão”, disse ontem Jayme Campos. “Se for uma decisão colegiada ou de forma consensual do Fabio Garcia como presidente, aceitaremos. Eu acho que tem que escolher um candidato de forma consensual. Acredito que possa ser uma pessoa que não tem nenhum mandato, para poder se dedicar ao partido, percorrer o Estado”, completou o democrata.
A articulação para que o DEM recebe diversas lideranças dissentes do PSB e de outros partidos está ocorrendo nacionalmente sob a liderança de Rodrigo Maia. A cúpula nacional da legenda já tem o entendimento de que será necessário destituir as direções estaduais e municipais para contemplar essas novas lideranças que ingressarão no partido.
Porém, o atual presidente estadual do partido, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), tem declarado um certo incomodo com essa possibilidade. Para ele seria “ruim” Garcia entrar no partido e já assumir a presidência, como feito pela presidência nacional do PSB, quando destitui Fábio Garcia e nomeou o deputado federal Valtenir Pereira. Valtenir estava no PMDB e foi convidada para migrar para o PSB e assumir o comando da sigla em Mato Grosso. “Eu acho que é ruim, até porque eles sofreram isso no PSB. É ruim fazer as coisas de cima para baixo, aceitar tudo goela abaixo. Para que existe um trabalho? O DEM é o partido mais bem formatado em Mato Grosso, com maior número de diretórios. No meu entendimento, isso deveria ser respeitado”, afirmou.
Dal’Bosco ainda lembrou de quando chegou ao DEM, quando não era nem político, o partido possuía 68 vereadores e depois passou a ter 132. Além disso, ele teria trazido diversas lideranças para o partido e ajudou nas campanhas por todo o Estado. Por isso, o grupo político de Garcia deve entrar para o partido para somar e depois discutir a presidência. “Somando, a gente vai discutir ali na frente, mas não tem problema nenhum de ser Fabinho presidente, Mauro Mendes presidente, assim como vir Adilton Sachetti, Mauro Savi, Eduardo Botelho, até porque eles têm que definir se vem ou não para o partido”, afirmou Dilmar, acrescentando não acreditar que Garcia esteja exigindo a presidência do partido para se filiar.