"> Lesco assume plano para espionar desembargador e diz que teme pela integridade física da esposa – CanalMT
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Lesco assume plano para espionar desembargador e diz que teme pela integridade física da esposa

Da Redação

O ex-secretário da Casa Militar, e coronel da PM, Evandro Lesco, chorou em depoimento aos delegados da Polícia Judiciária Civil (PJC), Flávio Stringueta e Ana Cristina Feldner, no inquérito policial que investigava uma suposta organização criminosa, da qual ele faria parte, que realizava interceptações telefônicas ilegais no Estado. Lesco, que está preso desde o dia 27 de setembro por obstrução à Justiça, confessou que o plano de ‘espionar’ o desembargador Orlando Perri, então relator da ação que apurava os grampos, foi dele.

“Isso tudo que aconteceu, da tentativa de filmar a reunião que poderia estar presente o relator partiu de minha iniciativa”, disse Lesco. As informações são do site Ponto na Curva.

O coronel disse que teme pela integridade física da esposa – a personal trainer Helen Christy Lesco, também presa no dia 27 de setembro durante a deflagração da operação “Esdras” -, e ratificou que pretende contribuir com as investigações. Ele, porém, terá de aguardar os próximos despachos do ministro do Superior Tribunal Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, que no dia 11 de outubro de 2017 “avocou” (reivindicou) os autos dos inquéritos que investigavam os grampos que tramitavam na Justiça Estadual.

“Eu quero colaborar com todos os fatos relacionados à essa operação, quero contribuir, porque fico preocupado também com a situação da minha esposa, preocupado com a integridade física dela”, disse ele.

O oficial da PM também afirmou que o tenente-coronel José Henrique da Costa Soares – que confessou ter sido cooptado pela suposta organização criminosa para ‘espionar’ o desembargador Orlando Perri, e que foi a principal testemunha do caso para justificar a operação “Esdras” -, procurou sua esposa ainda durante a primeira prisão do coronel (ocorrida em junho deste ano) oferecendo “ajuda”. Soares era o escrivão do Inquérito Policial Militar (IPM) que investigava a atuação de policiais militares nos grampos.

“Quando estava na academia ainda, em uma das visitas minha esposa me reportou que o Soares tinha ido na minha residência se apresentou e disse que ele tinha assumido a função de escrivão de IPM. Ela me relatou na visita íntima que ele queria ajudar, de alguma maneira que pudesse me ajudar. Depois que tive a cautelar convertida para prisão domiciliar, ele volta tentar falar comigo”, disse Lesco.

Segundo o depoimento, Soares teria citado um “áudio” que poderia beneficiar o ex-Chefe da Casa Militar. Lesco, no entanto, afirmou que não chegou a conhecer seu conteúdo.

“Antes disso, minha esposa falou que ele teria procurado ela, teve uma ocasião que eu ainda estava na academia que ele procura lá em casa e queria apresentar um áudio que também poderia ser usado para me beneficiar. Minha esposa na visita relata isso, mas eu não conheço conteúdo do áudio”.

GRAMPOS

O caso dos grampos ilegais tornaram-se públicos após a veiculação de duas reportagens no Fantástico, da Rede Globo – em maio e julho de 2017.

Jornalistas, médicos, advogados, políticos e até uma ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, sofreram interceptações telefônicas clandestinas que teriam sido feitas por policiais militares. O caso é conhecido como “barriga de aluguel”, onde pessoas que não são investigadas ou denunciadas sofrem os grampos, em tese, por interesses pessoais, ao lado dos verdadeiros suspeitos de processos na Justiça ou investigações das forças de segurança.

Além do coronel PM Zaqueu Barbosa – preso 9 dias após a veiculação da reportagem no Fantástico, que foi ao ar em 14 de maio de 2017 -, o cabo PM Gerson Luiz Ferreira, acusado de ser o operador da central clandestina, também teve mandado de prisão cumprido.

Já na deflagração da operação “Esdras”, no dia 27 de setembro deste ano, foram presos a personal trainer Helen Christy Lesco, o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, além de coronel da PM, Airton Benedito Siqueira Junior, o também coronel da PM e ex-Chefe da Casa Militar, Evandro Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Rogers Jarbas, além do ex-secretário da Casa Civil, Paulo César Zamar Taques. Todos são acusados de obstrução à Justiça.

No dia 11 de outubro de 2017, o Ministro Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, “avocou” (reivindicou) os autos dos inquéritos que tramitavam em Mato Grosso para o órgão.


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