O governador Pedro Taques (PSDB) negou qualquer participação no esquema de grampos clandestinos em Mato Grosso. A fala surge dias após o delegado Flávio Stringuetta, que atuou no inquérito na Polícia Civil, ter apontado que o tucano “sabia e avalizou” as escutas clandestinas no Estado.
“Não fiz absolutamente nada de errado, não mandei fazer nada errado. Isso não é do meu feitio”, disse o governador durante a Caravana da Trasnformação.
Segundo Taques, existe a possibilidade de acionar o delegado por conta das declarações veiculadas no Jornal Hoje, da Rede Globo. “Sobre o delegado Stringueta, os meus advogados estão tomando as providências que entenderem em relação a ele. Quem fala o que quer, pode receber, na Justiça, muitas vezes o que não deseja”.
O governador evitou comentar as declarações do cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Correa Junior, que revelou que o esquema iniciou durante a campanha eleitoral de 2014. Na ocasião, o esquema foi entabulado por Paulo Taques, coordenador jurídico da campanha do tucano, e teve como “alvos” representantes de coligações adversárias.
“Isso faz parte da investigação. O pedido que fiz está lá no STJ. O que tinha que fazer, eu fiz, está no poder Judiciário. Aliás, eu que pedi para ser investigado, enquanto muitos querem correr da investigação, eu pedi para ser investigado. Quem não deve não teme e eu só falo isso no STJ, através das petições dos meus advogados”, assinalou.
Taques colocou que não lhe causou surpresa o fato de surgirem denúncias contra sua gestão. Ele contou que se preparou para os ataques desde que decidiu ingressar na política, em 2010.
“Quando eu decidi entrar na política, reuni minha família e disse o seguinte: “nós passaremos momentos difíceis, com acusações. Mas eu não vou esmorecer, tenho um compromisso com o povo de Mato Grosso e vou cumpri-lo”, finalizou.
“AVAL”
Em entrevista a Rede Globo, o delegado Flávio Stringuetta destacou que o esquema teve início durante a campanha eleitoral de 2014, quando Taques concorreu ao Governo, e o fato do coordenador de sua campanha e, posteriormente, secretário da Casa Civil, Paulo Taques, ser um dos líderes dos grampos. O policial ainda comentou que as escutas tinham conhecimento e aval do chefe do executivo.
“O então candidato José Pedro Taques tinha o conhecimento, avalizou esses grampos. Depois como governador, ele continuou mantendo isso de alguma forma, através do seu secretário da Casa Civil, o senhor Paulo Taques”, disse o delegado.