Nos bastidores, o ex-deputado estadual José Riva (sem partido) tem mantido conversas desde março para firmar um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR).
No entanto, a concretização do acordo esbarra em dois itens: a dificuldade de Riva em devolver R$ 80 milhões aos cofres públicos e sua resistência de aceitar a permanecer em regime fechado por dois anos para, depois disso, avançar ao regime semi-aberto.
Um dos parlamentares mais influentes da recente história política de Mato Grosso, uma eventual delação de Riva teria efeito devastador semelhante a do ex-governador Silval Barbosa (PMDB),pois atingiria ex-deputados, atuais deputados, prefeitos e membros do Ministério Público, Judiciário e Tribunal de Contas.
De acordo com fontes que circulam em Brasília, Riva ainda confessou detalhes de um esquema de fraude em pagamento deprecatórios na gestão do ex-governador Blairo Maggi e pagamentos de propinas a parlamentares pata votarem a favor do Executivo desde a gestão do ex-governador Dante de Oliveira (já falecido).
Embora as informações de Riva sejam consideradas valiosas para desvendar esquemas de corrupção, o volume de processos penais e de improbidade administrativa que ultrapassam a quantia de 100 e duas sentenças condenatórias de primeiro grau que somam mais de 40 anos de cadeia dificultam o seu plano de permanecer em liberdade de imediato.
As conversas ainda prosseguem com a Procuradoria Geral da República.