"> Paulo Taques lidera organização criminosa dos grampos, diz Perri – CanalMT
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Paulo Taques lidera organização criminosa dos grampos, diz Perri

Sávio Saviola

O primo do governador Pedro Taques (PSDB), ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, é apontado como o líder do esquema de interceptação telefônica ilegal em Mato Grosso.

A acusação consta em um dos trechos da decisão do desembargador Orlando Perri que autorizou prisões preventivas e busca e apreensão após ampla investigação da Polícia Civil que culminou na Operação Esdras.

De acordo com a decisão de 140 páginas, as provas produzidas até o momento apontam que Paulo Taques “foi quem mais se serviu do falseado Núcleo de Inteligência [da Polícia Militar]” – que teria feito as escutas.

“Basta lembrar que – as provas assim indicam – foi ele o responsável por interceptar ilegalmente a sua ex-amante Tatiana Sangalli, o jornalista Muvuca, a sua ex-secretária Carolina e, provavelmente, os advogados José do Patrocínio e José Antônio Rosa, além da Deputada Janaína Riva, dentre outros”, diz um dos trechos.

Perri ainda destaca em sua decisão, dada com base no inquérito da Polícia Civil de Mato Grosso, que o ex-chefe da Casa civil se utilizou da condição de advogado para coagir um ex-cliente, o tenente coronel José Henrique Costa Soares, e convencê-lo a gravar o desembargador Orlando Perri para colocá-lo sob suspeição e afastá-lo das investigações.

Isso porque poderia ser divulgado um vídeo no qual o tenente coronel José Soares consumindo drogas.

O tenente-coronel revelou em seu depoimento à Polícia Civil que, uma semana após assumir o cargo de escrivão do inquérito militar referente aos grampos, foi procurado pelo advogado Marciano Xavier das Neves, que o avisou que a esposa do Coronel Evandro Lesco, Helen Christy, teria “informações a seu respeito”.

Ao dialogar com Helen, foi informado de que a Secretaria de Segurança Pública “tinha posse de interceptações e vídeos dos quais revelam sua dependência química”.

O militar contou ter ficado surpreso, pois a informação não era de conhecimento de seus superiores e poderia “encerrar definitivamente sua carreira”. Quem sabia do fato, segundo ele, era Paulo Taques.

“Todas as circunstâncias apontam no sentido de que as situações que fragilizavam o coagido, Ten.-Cel.
Soares, foram mesmo passadas por Paulo Taques, cujos segredos – da sabença de ninguém –, recebeu quando patrocinou-lhe a defesa de uma causa na justiça. Aí encontram-se suas digitais. Do contrário, como o grupo criminoso tomou conhecimento dos segredos?”, assevera Perri na decisão.

A decisão do desembargador Orlando Perri atribui ao ex-secretário Paulo Taques o total de sete crimes que são corrupção ativa, coação no curso do processo, organização criminosa, obstrução à Justiça, denunciação caluniosa e violação do segredo profissional.


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