A defesa do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), requereu ao Supremo Tribunal Federal que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-chefe de gabinete, Sílvio César Correa Araújo, sejam reinterrogados sobre os fatos narrados em suas colaborações premiadas. Ele ainda pede a rescisão do acordo de colaboração deles com o Ministério Público Federal.
O pedido tem como base o áudio em que Sílvio Correa supostamente admite ao ex-secretário de Indústria e Comércio, Alan Zanatta, que o prefeito foi inserido na delação em um contexto diferente, pois daria “visibilidade” ao acordo. “Os delatores tiveram o propósito mesquinho e vingativo para ocultar a verdade na colaboração e, ainda, em razão do mandato que exerce o requerente, dar maior peso a suas declarações. O delator foi seletivo nas suas declarações, ocultando fatos importantes ao conhecimento da Justiça”, diz trecho da petição.
Outro pedido é que sejam ouvidos o ex-secretário Alan Zanatta e o assessor de Sílvio Correa, Valdecir Cardoso de Almeida, que está inserido no áudio de 1h24 gravado por Zanatta. No diálogo, Valdecir admite que a gravação do prefeito de Cuiabá recebendo dinheiro no gabinete de Sílvio Correa seria referente as uma dívida com o irmão de Emanuel.
“Resta evidente que os delatores Silvio e Silval mentiram na colaboração premiada, premeditadamente, em razão do cargo público ocupado pelo Requerente, de prefeito Municipal, para que a imputação falsa, ganhasse peso e repercussão perante Vossa Excelência, com fito da consequente homologação e benesses da liberdade”, assinala a defesa do prefeito.
Na petição, a defesa do prefeito ainda solicita o sigilo das investigações. A alegação é de que, desde que os vídeos dele recebendo dinheiro supostamente ilícito foram divulgados, tem sido submetido a julgamentos públicos, o que tem interferido na administração.
Além disso, alegou motivos de segurança para a tramitação em sigilo. “A exposição na forma como vem sendo posta, coloca em perigo a vida do Requerente e de todos seus familiares, na medida que exerce função pública, como prefeito, havendo a necessidade de lidar com o cidadão diariamente na fiscalização das obras públicas em andamento”, conclui a defesa do prefeito.