O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepo), Wagner Bassi, criticou a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando de Almeida Perri, que afastou Rogers Jarbas do cargo de secretário de Segurança, da função de delegado, determinou que seja monitorado por tornozeleira eletrônica e ainda autorizou a busca e apreensão na sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp).
Jarbas é acusado de tentar atrapalhar e intimidar as equipes envolvidas na investigação que apura o esquema de escutas ilegais operado no âmbito da Polícia Militar em Mato Grosso. Além disso, ele é acusado de cometer crimes de abuso de autoridade, usurpação de função pública, denunciação caluniosa e prevaricação.
Para o delegado Wagner Bassi, as medidas adotadas por Orlando Perri são “excessivas” uma vez que Jarbas teria se colocado à disposição do Judiciário desde quando foi determinada a investigação contra ele, no dia 24 de agosto.
“Ele veio se apresentar espontaneamente com todo o apoio da categoria, que acha excessiva essa medida, porque o tempo todo ele se colocou à disposição da Justiça”, disse Bassi, no momento em que acompanhava Jarbas na sede do Tribunal de Justiça.
O secretário foi ao local para, supostamente, tomar ciência da decisão do desembargador Orlando Perri. Ele esteve escoltado por um grupo de aproximadamente 20 delegados da Polícia Civil que o acompanhou como forma de “apoio” ao secretário.
“Viemos em solidariedade e apoio, porque entendemos isso como excessivo. Porque ele se colocou à disposição da Justiça, compareceu a todos os atos processuais e esteve sempre disposto para atender qualquer solicitação. Ele vai cumprir todos os termos da decisão”, afirmou o sindicalista.
Ainda segundo Wagner Bassi,foi “desnecessária” a busca e apreensão na sede da Secretaria de Segurança. O mandado foi cumprido pelos delegados Ana Cristina Feldner, responsável pelo inquérito dos grampos no âmbito do TJ, e Flavio Stringueta, que declinou da investigação do inquérito por problemas de saúde.
A busca resultou na apreensão de quatro caixas com documentos que, em tese, são necessários para a investigação dos grampos ilegais. “Dois pontos chamaram nossa atenção, que entendemos como desnecessários. Realizar busca dentro da secretaria de segurança, um ambiente das policias, a gente acha que talvez não fosse necessário”.
O outro ponto, segundo Bassi, foi o uso da tornozeleira eletrônica “excessivo exatamente porque ele (Jarbas) está sempre à disposição da Justiça, tem endereço fixo e tem trabalho fixo”, defendeu o presidente do sindicato.
Vaias – Além de acompanhar Jarbas até o TJ, os delegados seguiram até o Fórum da Capital, onde o secretário passou por audiência para colocação da tornozeleira eletrônica.
No local, os delegados protagonizaram novo episodio de defesa do secretário quando vaiaram o também delegado Flavio Stringueta ,que acompanha o cumprimento da decisão do desembargador Perri.