O deputado estadual José Domingos Fraga (PSD) afirmou que não vai mais trabalhar em prol de sua indicação como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) até que seja provada sua “inocência” quanto à acusação de ter recebido “mensalinho” do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Zé Domingos aparece em um vídeo junto ao deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), contando dinheiro e o acomodando em uma caixa de papelão. Em seguida, ele coloca a caixa debaixo do braço. Os valores, segundo o ex-governador, eram para para que ele apoiasse o governo e não fiscalizasse irregularidades em sua gestão.
O vídeo faz parte da delação premiada do ex-governador, firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, no dia 9 de agosto.
Segundo Zé Domingos, o momento é de se defender das “armações” do ex-governador Silval. “A minha preocupação é tomar conhecimento da delação, do seu inteiro teor, para que eu possa me resguardar, me defender, até porque não posso pensar em futuro sem resolver essa questão”, disse.
Há pelo menos 2 anos, o deputado anunciou sua intenção de ocupar uma vaga de conselheiro no TCE e vinha se articulando para conseguir a indicação dos demais deputados. Hoje, o pleno do TCE é composto por sete conselheiros, sendo quatro indicações da Assembleia Legislativa e três do Governo do Estado.
“Eu não discuto TCE mais, até porque tenho essa questão a ser resolvida, para provar que não se trata de corrupção, que jamais pressionei quem quer que seja para me auto-beneficiar. Prova disso que tenho certeza que ele não vai conseguir provar as questões que ele pontuou”, afirmou.
Até o momento, três deputados se colocaram publicamente na disputa pela vaga de conselheiro. O primeiro foi o próprio José Domingos, seguido pelo deputado Guilherme Maluf e, por último, Sebastião Rezende (PSC). Todos eles foram aparecem na delação de Silval.
Choro – Zé Domingos ainda afirmou ainda que o vídeo não passa de uma “armação totalmente premeditada” do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Ele confirma que recebeu dinheiro, mas garante que o pagamento foi legal e que até “chorou” por contas das acusações.