O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirma em um dos trechos de sua colaboração premiada firmada com a Procuradoria Geral da República (PGR) e já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que o deputado estadual licenciado e atual secretário de Cidades, Wilson Santos (PSDB), ofereceu a proposta de receber R$ 10 milhões para abrir mão da candidatura ao governo do Estado nas eleições de 2010.
Naquele ano, Wilson Santos renunciou em abril ao mandato de prefeito de Cuiabá para concorrer ao governo do Estado numa disputa cujos protagonistas ainda tinham o próprio Silval Barbosa e o empresário Mauro Mendes (PSB).
De acordo com o depoimento do ex-governador, houve uma reunião na casa do ex-senador Osvaldo Sobrinho (PTB) em que Wilson Santos tentou vender a candidatura pelo valor de R$ 10 milhões.
O diálogo se deu no período em que Wilson Santos, antes líder nas pesquisas de intenção de voto, já estava em terceiro lugar e não vislumbrava mais nenhuma possibilidade de vitória.
Na conversa, Wilson Santos revelou que Mauro Mendes teria lhe oferecido a quantia de R$ 10 milhões para desistir da candidatura e assim forçar a realização de um segundo turno.
Em 2010, Mendes acreditava que um inédito segundo turno na disputa ao governo de Mato Grosso poderia lhe favorecer, potencializando suas chances de vitória para chegar ao Palácio Paiaguás.
O ex-governador ainda detalhou em seu depoimento que Wilson Santos teria dito que se sentiria mais a vontade se fechasse, pelos mesmos R$ 10 milhões, um acordo com Silval, liberando seus apoiadores (prefeitos e lideranças) para apoiá-lo e assim assegurar a vitória do PMDB ainda no primeiro turno.
O motivo de sentir-se “mais confortável” com Silval é que o tucano foi adversário de Mauro Mendes em 2008, nas eleições municipais em Cuiabá.
Silval diz que propôs o acordo em R$ 5 milhões e, em uma segunda reunião, R$ 7 milhões.
Porém, o delator afirma que o acordo não foi fechado e que começou a ser atacado por Wilson Santos, acreditando que o tucano teria fechado acordo com Mauro Mendes.