Nas declarações que prestou a Procuradoria Geral da República (PGR), no acordo de colaboração premiada já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) acusa o deputado federal Valtenir Pereira (PSB) de cobrar uma propina de até R$ 6 milhões.
De acordo com o peemedebista, o valor faz referência a um percentual que seria cobrado diante de uma liberação de R$ 30 milhões feita pelo governo federal para auxiliar o município de Colniza por conta de fortes chuvas que comprometeram a infraestrutura como destruição de pontes.
O parlamentar cobrava uma propina de 10% a 20% em cima do valor liberado pelo governo federal. Na gestão do ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Valtenir Pereira conseguiu emplacar aliados no Ministério da Integração Nacional, responsável em auxiliar municípios em momentos de catástrofes como a enfrentada por Colniza.
Conforme a narrativa, no começo de 2013, o governo de Mato Grosso decretou situação de emergência no município de Colniza, onde pontes haviam sido arrastadas pelas chuvas, o que provocou o ilhamento da cidade.
Diante disso, o deputado federal Valtenir Pereira articulou que uma equipe técnica do Ministério da Integração Nacional viesse a Mato Grosso para avaliar a situação e viabilizar a liberação de dinheiro para a reconstrução de pontes da região.
“Os recursos foram liberados via Ministério da Integração e contaram com a ajuda do deputado federal Valtenir Pereira para o recurso ser liberado em Brasília, sendo liberados cerca de R$ 30 milhões”, diz um dos trechos da delação.
“Após a liberação dos recursos, Valtenir Pereira me procurou, pedindo de 10% a 20% do valor liberado pelo Ministério da Integração, pois ele tinha trabalhado nesse processo”, disse Silval Barbosa.
Pressionado, o ex-governador Silval Barbosa afirmou que não tinha como atender ao pedido e que caberia ao deputado federal Valtenir Pereira entrar em contato com a empresa responsável pela execução da obra.
Em meio à acusação, o parlamentar divulgou nota negando que tenha solicitado propina ao ex-governador Silval Barbosa, ressaltando que sempre
“Esclareço que o ex-governador Silval Barbosa faltou com a verdade ao citar o meu nome em depoimento ao Procurador Geral da República com o claro propósito de obter benefícios da Justiça porque nunca tratamos de nada ilícito. Pelo contrário, todas as tratativas que realizamos dentro do seu governo foram sempre institucionais e republicanas, tudo em favor dos interesses da população de Mato Grosso”, disse o deputado.
“Em respeito à população do meu estado de Mato Grosso, que exige transparência, mesmo sem nenhuma investigação contra a minha pessoa, autorizo, desde já, o MPF a abrir meu sigilo fiscal e bancário. Tenho 13 anos de vida pública limpa”, finalizou.
O pai dele deve estar beeeem orgulhoso .