A Polícia Militar prendeu no início da noite desta quarta-feira (23) o aposentado Waldomiro de Oliveira, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como “laranja” do doleiro Alberto Youssef. A prisão foi feita em Itatiba, no interior de São Paulo. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Sérgio Moro também nesta quarta-feira.
Waldomiro foi condenado em um dos primeiros processos da Operação Lava Jato, que apurava o pagamento de propina para funcionários da Petrobras, após a compra de tubulações para a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
De acordo com o juiz, Waldomiro perdeu um recurso que apresentou ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Considerando o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que condenados podem ser presos após o trânsito do recurso em segunda instância, eles acabaram indo para a cadeia. Esta é a primeira vez que alguém condenado em segunda instância na Lava Jato é preso.
Oliveira consta no primeiro processo da Lava Jato, que apurava as irregularidades da Petrobras. Antes desse processo, o Ministério Público Federal (MPF) já tinha apresentado outras ações penais, mas que apuravam a prática de crimes envolvendo lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
De acordo com a sentença, ele deve cumprir 13 anos e dois meses em regime inicialmente fechado por lavagem de dinheiro e crime de pertinência à organização criminosa. Ainda cabe recurso da decisão do TRF-4, que poderá reverter ou não as condenações.
Na casa de Waldomiro, a Polícia Militar, que cumpriu o mandado de prisão, apreendeu duas armas: uma pistola .635 e uma espingarda calibre 32. As armas não tinham registro e ele também pode responder por posse ilegal de armas.
Waldomiro vai ficar no Centro de Triagem, em Campo Limpo Paulista, onde estará à disposição da Justiça Federal.
O G1 tenta contato com a defesa de Waldomiro de Oliveira.