Após ter seu nome citado na colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) conduzida pela Procuradoria Geral da República e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de que cobrou propina de R$ 15 milhões para não indiciá-lo na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa que investigou indícios de irregularidades nas obras da Copa do Mundo, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) acusou o peemedebista de mentir e agir com vingança contra seus opositores.
“Ele está tentando se eximir e distribuindo cacos para atingir a todos por conta de vingança. Agora, deixou de ser apontado como o Silval Barbosa que roubou o Estado de Mato Grosso para envolver Pedro Taques, Mauro Mendes, Emanuel Pinheiro e Oscar Bezerra em irregularidades”, disse.
Na delação, Silval afirmou que o ex-prefeito de Nobres, a 151 km de Cuiabá, Devair Valim, o procurou em 2015, e disse que estava representando o deputado Oscar Bezerra.
Valim teria dito que o parlamentar queria R$ 15 milhões para que a CPI da Copa não andasse. Após alguns encontros, o valor da propina teria caído para R$ 10 milhões.
De acordo com o ex-governador, um encontro foi marcado entre ele e o deputado, no pátio de um supermercado, onde Bezerra teria insistido no recebimento da propina, chegando a passar para Silval os dados de uma conta que pertencia a uma factoring, para depósito. Silval disse que pagou R$ 200 mil, mas acabou sendo preso dias depois.
Ainda de acordo com o Silval, após a prisão dele, um outro deputado da CPI chegou a procurar o filho dele para “resolver” o restante do pagamento.
No entanto, o deputado Oscar Bezerra apresenta outra versão. O parlamentar diz que foi ao encontro de Silval Barbosa para que fosse paga uma quantia em dinheiro que o ex-governador lhe deve.
“Eu fui ao encontro dele para convencê-lo a me pagar o que devia. Ao longo do mandato do p ele pagou 200 mil, e ainda deve sem juros outros 350 mil. Quando tive esse encontro, o pedido do Silval Barbosa foi para amenizar as investigações da CPI. Ele quase me convenceu de que usou dinheiro do próprio bolso para financiar as obras da Copa, mas o relatório da CPI foi claro ao apontar que houve malversação de R$ 541 milhões dos cofres públicos”, disse.
De acordo com Bezerra, estava claro que Silval Barbosa pediu o encontro na tentativa de amenizar sua situação perante às investigações em andamento.
“Ele me pediu neste encontro que para eu livrá-lo do indiciamento. Nós sabemos que a cada fala dele existe muita mentira. Cada verdade que o Silval Barbosa fala cai dois braços. Ele ainda está ainda com os dois”, rebateu.