"> “Delação de Silval compromete todos os poderes de MT”, diz deputado – CanalMT
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“Delação de Silval compromete todos os poderes de MT”, diz deputado

Sávio Saviola

Ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-líder do governo no Parlamento durante a gestão do seu correligionário, Silval Barbosa, o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) afirma que o termo de colaboração premiada do ex-governador firmado com a Procuradoria Geral da República (PGR) e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Luiz Fux, ainda vai gerar fortes emoções em território mato-grossense vindo a público revelações comprometedoras de diversas autoridades.

“Vocês que são profissionais da imprensa terão muitas novidades e emoções nos próximos dias”, disse ao ser entrevistado por jornalistas na sede da Assembleia Legislativa.

De acordo com o parlamentar, o conteúdo da colaboração premiada de Silval Barbosa tem 21 anexos e envolve os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Embora tenha permanecido em sigilo, parte do conteúdo da delação premiada tem sido divulgada nacionalmente pelo Jornal Nacional e reproduzido pela TV Centro América (TVCA), filial da Rede Globo em Mato Grosso.

Até o momento, já foi divulgado que Silval Barbosa declarou que foi pago R$ 6 milhões ao ex-secretário de Estado, Eder Moraes, para mudar sua versão com relação a um esquema de compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE) que favoreceu o ex-deputado estadual Sérgio Ricardo.

Desta quantia, R$ 3 milhões foi desembolsada pelo ex-governador e outros R$ 3 milhões pelo senador licenciado e atual ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP).

“O conteúdo da delação de Silval que veio a público é só o começo. Nós temos informação que são 21 partes, 21 anexos, e eu inaugurei. Fui o primeiro a sair. Hoje quem tem acesso é só a Rede Globo e o juiz. Esses 21 anexos vão ser fatiados e divulgados”, declarou o deputado Romoaldo Júnior.

Nos bastidores, ainda é dado como certo que a delação de Silval Barbosa complementa as declarações do também delator ex-secretário de Estado Pedro Nadaf, referente ao pagamento de uma propina de R$ 52 milhões distribuída aos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para “afrouxar” a fiscalização em obras de grandes volumes financeiros como as da Copa do Mundo e a do programa MT Integrado que previa investimento de R$ 1,1 bilhão em pavimentação asfáltica em 44 municípios mato-grossenses.

Outras revelações de Silval Barbosa é que as obras da Arena Pantanal renderam uma propina de R$ 18 milhões, mesma quantia que também foi recebida a título de propina pelas autoridades no acordo que previa a execução das obras do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos).

A última declaração de Silval Barbosa que veio à tona seria a costura de um acordo político com o atual governador Pedro Taques (PSDB) nas eleições de 2014.

Pelo acordo, o ex-governador se comprometeria a não investir pesado na campanha de seu aliado, o candidato do PT Lúdio Cabral, para Taques não investigar dados de sua gestão após ser devidamente eleito e empossado.

Em uma articulação liderada pelo ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), Silval Barbosa ainda se comprometeu a contribuir com R$ 20 milhões para o caixa 2 da campanha de Taques ao governo do Estado.

Em nota encaminhada a imprensa, o governador Pedro Taques afirma que foi adversário do ex-governador nas duas eleições que disputou, sendo a primeira para senador, em 2010, e a segunda para governador, em 2014. E ainda classifica as supostas doações ilegais de ilações e leviandade criminosa.

O último alvo das revelações de Silval Barbosa foi o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) que presidiu a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Obras da Copa do Mundo na Assembleia Legislativa. De acordo com o ex-governador, o parlamentar cobrou R$ 15 milhões para não indiciá-lo no relatório final da CPI.

Outro citado nominalmente é presidente do PMDB de Mato Grosso, deputado federal Carlos Bezerra, que teria recebido até R$ 4 milhões para apoiar uma candidatura a prefeito de Cuiabá.


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