O Ministério Público Estadual (MPE) ingressou com novo pedido de prisão preventiva do ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi. O pedido requerido pela promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco no dia 7 de agosto foi acrescido nos autos da ação penal relativa a quarta fase da Operação Sodoma da Polícia Civil.
O pedido de prisão preventiva será analisado pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda. Até ontem, o processo estava em seu gabinete, mas ainda sem nenhuma decisão.
As investigações da Delegacia Fazendária e Ministério Público apontaram um desvio de R$ 15,857 milhões dos cofres públicos por meio de fraude em um pagamento destinado a desapropriação do terreno do bairro Jardim Liberdade I em Cuiabá, autorizado pelo Estado na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
A promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco sustenta no pedido de prisão preventiva que as revelações do ex-governador Silval Barbosa e do ex-secretário de Estado Pedro Nadaf servem de estímulo para o ex-secretário Marcel de Cursi agir em sentido contrário e prejudicar a ordem pública.
“A confissão do líder pode ter efeito contrário na conduta de Marcel de Cursi, aumentando ainda mais a sua ira contra todos os colaboradores e vítimas, portanto, potencializando o risco de abalo à ordem pública, especialmente porque já há prova cabal de que o acusado integrou a organização criminosa, desmontando a tese de sua defesa”, diz um dos trechos do pedido.
Ainda é argumentado que Marcel de Cursi pode cometer novos crimes e prejudicar assim o andamento do processo criminal que já está próximo a fase de sentença.
Em um dos trechos do pedido de prisão preventiva, a promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco afirma que o ex-secretário detém prestígio na classe política, o que lhe permitiu ter acesso a informações sigilosas quando foi autorizado pela Justiça seu primeiro mandado de prisão preventiva no dia 15 de setembro de 2015.
“Há provas que o requerente usou desse prestígio para tentar obstaculizar sua segregação cautelar na operação Sodoma 1, quanto mais o fará para se furtar do cumprimento da reprimenda”, disse.
Foi anexado um trecho de três conversas de Marcel de Cursi com o ex-secretário Pedro Nadaf, com um advogado e também com sua esposa, Marnie de Almeida, pelo aplicativo de smartphone Whatsapp. Nos diálogos, o ex-secretário fala em deixar Cuiabá no dia anterior à sua prisão.
Após 1 ano e dez meses preso preventivamente por suspeita de corrupção na gestão do ex-governador Silval Barbosa, Marcel de Cursi deixou a cadeia no dia 11 de julho por decisão dada pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Alberto Ferreira de Souza.