O vice-governador Carlos Fávaro (PSD) afirmou que a prisão do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, suspeito de participação no esquema de grampos ilegais operado no âmbito da Polícia Militar, atrapalha a gestão do governador Pedro Taques (PSDB).
Paulo Taques está preso desde o último dia 4, no Centro de Custódia de Cuiabá, por determinação do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando de Almeida Perri, que entendeu que o ex-secretário teria ordenado a execução dos grampos ilegais ocorridos na modalidade “barriga de aluguel”.
Para o vice-governador, a prisão foi um fato “lamentável” e que “atrapalha” a condução da gestão estadual. Além de ex-secretário, Paulo Taques é primo do governador e deixou a Casa Civil para representar Taques no processo em curso na Procuradoria Geral da República (PGR), que investiga a participação do governador no caso dos grampos ilegais.
“A prisão é lamentável. Um fato que atrapalha momentaneamente a gestão do governador do Estado e atinge o Governo do Estado, pois ele era o ex-chefe da Casa Civil, assim como outros secretários”, disse, em entrevista à Rádio Continental de Pontes e Lacerda.
Além de Paulo Taques, já foram presos acusados de participação no esquema dos grampos ilegais os ex-secretários chefe e adjunto da Casa Militar, coronéis Evandro Ferraz Lesco e Ronelson Barros, e o ex-Comandante Geral da PM, coronel Zaqueu Barbosa.
Ainda segundo Fávaro, apesar do suposto envolvimento dos secretários, todo o caso dos grampos deve ser apurado com rigor. “Grampo ilegal é crime. Um crime muito grave que deve ser investigado e punido com todo rigor”, encerrou.
Paulo Taques é acusado de ter participado dos grampos ilegais e de ter utilizado de sua influência para interferir diretamente na apuração dos fatos. Teriam sido vítimas centenas de pessoas, entre políticos, médicos, empresários, jornalistas, um desembargador aposentado, além da suposta ex-amante de Paulo Taques, Tatiane Sangalli Padilha, cujo nome teria sido inserido nas escutas por exigência do próprio ex-secretário.
O caso só veio à tona através da denúncia do promotor de Justiça e ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque. A suspeita é de que as escutas tenham ocorrido desde as eleições em 2014 e “formalizada” através da “Operação Forti”, utilizada como pano de fundo para a inclusão ilegal de números na interceptação telefônica.