Ainda na decisão que autorizou a prisão preventiva do ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o desembargador Orlando Perri afirma que acredita na existência de uma organização criminosa à frente das interceptações telefônicas ilegais realizadas em Mato Grosso.
No entanto, o magistrado não cita nominalmente quem é o suspeito de liderar a organização criminosa, mas acredita que a alta cúpula da Polícia Militar a compõe, diante do que já foi comprovado no transcorrer das investigações a respeito dos grampos clandestinos.
“Estamos diante de uma organização criminosa muitíssimo bem arquitetada e formada para a prática, dentre outros, de crimes de interceptação telefônica ilegal”.
Posteriormente, Perri ressalta que a “organização criminosa” é composta pela alta cúpula da Polícia Militar, atualmente presa pelos fortes indícios de participação em grampos clandestinos, e até mesmo secretários de Estado que exercem ou já atuaram na administração pública.
“Os principais envolvidos na trama delituosa são sempre as mesmas pessoas: Cb PM Gerson Correa, Paulo Taques, Cel. PM Zaqueu, Cel. PM Siqueira, Cel. PM Lesco, Cel. PM Barros, dentre outros. Em suma: os suspeitos de participação na prática do crime de interceptação telefônica ou são policiais militares, responsáveis pelo núcleo de inteligência, ou são pessoas que ocupam ou já exerceram cargos de Secretário de Estado.
Por último, Perri sustenta que não há nada até o momento que comprometa o governador Pedro Taques. “Entretanto, torno a repetir, até o atual estágio das investigações, não há uma única menção, uma única passagem, ou sequer indício de participação do Governador do Estado na trama delituosa”, destaca.