"> Perri descarta envolvimento do governador em grampos ilegais em MT – CanalMT
Reprodução

Perri descarta envolvimento do governador em grampos ilegais em MT

Sávio Saviola

Na decisão que autorizou a prisão preventiva do ex-secretário chefe da Casa Civil Paulo Taques, o desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, ressalta que as investigações realizadas até o momento a respeito da existência de interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso não apontam a participação do governador Pedro Taques (PSDB).
Embora reconheça a existência de fortes indícios da participação de Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil e primo do governador, o magistrado deixa claro que não há nenhuma evidência que envolva Pedro Taques nos grampos ilegais ainda que minimamente.
“Convém salientar, outrossim, que, apesar dos fortíssimos indícios do envolvimento de Paulo Cesar Zamar Taques com o grupo criminoso, o mesmo não se pode dizer – por ora – quanto ao Governador do Estado, Pedro Taques, pois não há, até o momento, nenhum elemento, mínimo que seja, de sua participação na propalada organização criminosa, ou, pelo menos, de que sabia ou de que aquiesceu com os atos por ela praticados”, diz um dos trechos da decisão.
Ainda é ressaltado na decisão judicial que os grampos telefônicos ilegais foram conduzidos pelos cabos da Polícia Militar Gerson Correa e os coronéis Airton Siqueira Júnior, Evandro Lesco, Zaqueu Barbosa, Ronelson Jorge de Barros, o ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques e outros.
“Em suma: os suspeitos de participação na prática do crime de interceptação telefônica ou são policiais militares, responsáveis pelo núcleo de inteligência, ou são pessoas que ocupam ou já exerceram cargos de secretário de Estado. Neste viés, são induvidosos os indícios de que estamos diante de organização criminosa devidamente arquitetada e muito bem articulada, inclusive ocupando cargos no alto escalão no Governo do Estado de Mato Grosso, e não diante de crimes isolados, praticados por agentes diversos, sem nenhum elo entre eles”, completa.
Os grampos telefônicos ilegais tinham como alvo advogados, jornalistas, servidores públicos, juízes, desembargadores e até mesmo a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), considerada uma das porta vozes da oposição na Assembleia Legislativa.
Posteriormente, foi descoberto que uma sala comercial localizada em um prédio no centro de Cuiabá servia de abrigo para as escutas telefônicas clandestinas. As investigações apontaram ainda que houve interceptações telefônicas ilegais durante o processo eleitoral de 2014 e 2016.


O que achou desta matéria? Dê sua nota!:

0 votes, 0 avg. rating

Compartilhar:

Deixe uma resposta